No mês passado, o Grupo BHP aumentou sua previsão para a produção anual, enquanto o Grupo Rio Tinto também busca elevar os embarques do insumo para a produção de aço este ano.
A Vale (VALE3) – outra integrante do trio de fornecedores que dominam o mercado transoceânico – divulgará seu relatório de produção na quarta-feira, incluindo uma atualização do guidance anual.
Uma produção mais forte do que as previsões no quarto trimestre ou um aumento nas projeções de 2021 da Vale poderia despejar mais água fria nos preços do minério de ferro, que recuaram com a pressão da China para controlar a produção de aço em meio a margens em queda e aumento nos estoques portuários.
Os futuros, que subiram para US$ 175 a tonelada métrica em dezembro, caíram para cerca de US$ 150 e podem terminar o ano em US$ 100, de acordo com Daniel Hynes, estrategista sênior de commodities no Australia & New Zealand Banking Group.
Ainda assim, o Morgan Stanley delineou esta semana o “cenário plausível” de mais de US$ 165 nos próximos três anos.
Um relatório decepcionante da segunda maior fornecedora do mundo apoiaria tal história. Embora a demanda chinesa possa desacelerar, ela permanece robusta.
A empresa brasileira sediada no Rio de Janeiro deve apresentar produção trimestral de 86,6 milhões de toneladas, segundo estimativa média de sete analistas consultados pela Bloomberg. Isso representaria uma ligeira queda em relação ao terceiro trimestre, mas bem à frente do mesmo período do ano anterior.
Assumindo que não houve grandes surpresas nos últimos três meses do ano, a atenção se concentrará nas estimativas.
Em seu relatório anterior, a Vale reduziu sua projeção de minério de ferro para 2020 para entre 300 milhões e 305 milhões de toneladas e previu 315 milhões a 335 milhões de toneladas este ano.
Na época, os executivos descreveram a meta de 2021 como parte de uma abordagem conservadora, deixando a porta aberta para ajustes. Desde então, a operação da Samarco com a BHP foi retomada.
A Vale ainda busca retornar à capacidade de 400 milhões de toneladas, o que a levaria a recuperar o título de maior produtora mundial, perdido para a Rio Tinto com o rompimento da barragem de Brumadinho que matou 270 pessoas.
Mas a recuperação da produção está demorando um pouco mais do que se pensava à medida que a Vale enfrentava obstáculos legais e pandêmicos.
Isso ajudou a impulsionar a alta dos preços do ano passado, o que aumentou os lucros. A empresa foi elevada a uma classificação de crédito de grau de investimento pela Moody’s e restabeleceu o pagamento de dividendos.
Fonte: Money Times