Ou nos tornamos ágeis para atender as mudanças, ou não sobreviveremos, diz Gerdau
A pergunta é direta e necessária, afinal, estamos diante de um dos mais importantes empresários brasileiros, Jorge Gerdau Johannpeter, acostumado a grandes desafios: como é liderar uma empresa neste mundo em constante transformação?
“Muito mais difícil do que no passado. Na minha vida empresarial, sempre tive condições de enxergar lá na frente o que iria acontecer. Mas hoje é preciso uma inquietação absoluta e permanente, pois as previsibilidades estão muito difíceis. Ou nos tornamos ágeis e nos capacitamos para atender a essas mudanças, ou não sobreviveremos”, alerta.
Essa realidade impõe atenção redobrada. As companhias de maior porte, que têm contato maior com o mercado internacional, estão conseguindo acelerar. Mas, toda economia, o que inclui também as pequenas empresas, precisa acompanhar o ritmo “É preciso que haja consciência em todos os níveis empresariais de que esse é um movimento global. Não tem meia opção. Temos que assumir essa visão e nos capacitar para a inovação”, aponta Gerdau.
Vídeo: como o empresário reage e encara os desafios da inovação:
O empresário avalia que o Brasil ainda está andando relativamente lento, e o que pode ajudar a explicar isso é o fato de que o próprio governo, que tem uma parcela do importante do Produto Interno Bruto (PIB), também está atrasado na era digital em relação aos países mais desenvolvidos. “A modernização dos governos e dos políticos só vai acontecer com pressão da sociedade civil. O setor público e privado precisam adotar as novas tecnologias urgentemente”, analisa.
Gerdau tem acompanhado com grande interesse o que está acontecendo nos ambientes de inovação brasileiros. “Temos exemplos fantásticos de startups. É um núcleo relativamente pequeno e que ainda não está conseguindo impactar o cenário empresarial global, mas a atitude deles está correta. Sou otimista”, comenta.
Questionado se sente medo quando se vê diante de tantas transformações brutais, o empresário afirma, com sua postura sempre determinada. “Não gosto da palavra medo, pois ela me remete à recolhimento e fuga. Talvez um pouco de angústia até que um problema não seja resolvido. Na minha filosofia de vida, temos de acreditar na nossa capacidade de, com o trabalho das nossas equipes, vencer os desafios”, conclui.
Fonte: Jornal do Comércio