Numa abertura que será experimental, a BDA – Bolsa de Diamantes de Angola deverá arrancar no próximo ano, num processo liderado pelas empresas do sector, Sodiam e Endiama, referiu ao Jornal Económico uma fonte do Executivo de Luanda, explicando que o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, admitiu que a BDA pode vir a cooperar na comercialização de diamantes angolanos com o Antwerp World Diamond Center.
O Executivo de Luanda pretende abrir experimentalmente, em 2022, a Bolsa de Diamantes de Angola, sob liderança da Sodiam e da Endiama, admitindo que “pode vir a cooperar com a Antwerp World Diamond Center (AWDC) no domínio da comercialização de diamantes, desde que seja numa posição de ‘win-win’ e com respeito à política do governo angolano sobre diamantes”, anunciou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo esta segunda-feira, 10 de maio, durante um encontro com empresários belgas da AWDC que estão em Angola para estudar oportunidades de cooperação do domínio da comercialização de diamantes.
Recorde-se que, em agosto de 2020, em entrevista ao Jornal Económico, Diamantino Azevedo tinha avançado a operação, em curso, da maior reestruturação da área que tutela a produção de diamantes e ouro, anunciando que a mesma culminará na “criação da Bolsa de Diamantes” angolana.
Volvidos nove meses, o ministro angolano refere agora que “o nosso objetivo maior é estabelecer a Bolsa de Diamantes de Angola (BDA) que terá a possibilidade e o mandato de cooperar com a Antwerp World Diamond Center (AWDC) e outras bolsas”, afirmou Diamantino Azevedo.
Além de explicitar esta intenção do Executivo de Angola, o ministro sintetizou aos empresários belgas o diagnóstico feito pelo Governo ao segmento diamantífero angolano e que já levou à formulação de uma nova política de comercialização e a mudanças ao nível da pesquisa, mineração e lapidação.
“Queremos que os angolanos beneficiem mais dos seus diamantes, aumentando o seu valor, criando mais empregos e mais receitas para o tesouro nacional, tudo em obediência ao Tratado do Processo Kimberley”, sublinhou o ministro.
Diamantino Azevedo referiu que a Bolsa de Diamantes de Angola, sob liderança da Sodiam e da Endiama, “deve abrir experimentalmente em 2022”, admitindo que haverá “espaço de cooperação entre AWDC e a futura Bolsa angolana”, o que significa que se poderão “fazer bons negócios, desde que se considerem os desejos do Governo e povo angolano”.
O ministro convidou os empresários belgas a investirem em unidades de corte e polimento de diamantes no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero, que se encontra em fase de construção em Saurimo, onde o Governo de Angola espera acolher investimento privado.
“Estamos convictos de que Angola será o destino privilegiado do investimento diamantífero, pois teremos, em breve, a abertura da Mina de Luaxe que é maior do que a de Catoca, que ocupa a quarta posição do ranking mundial”, comentou Diamantino Azevedo, explicando ainda que o governo angolano “está decidido a eliminar o garimpo de diamantes por ser nocivo à economia”.
Por isso, diz que Angola “não fomenta a mineração artesanal de diamantes por ser desvantajosa a quem a pratica. Apoiamos a mineração em pequena escala, devidamente organizada e feita de acordo à legislação”, explicou aos empresários ligados ao AWDC que esta segunda-feira, 10 de maio, se reuniram em Luanda, com os homólogos da Sodiam e da Endiama, num encontro promovido pela embaixada belga na capital angolana.
Fonte: Jornal Econômico