domingo, 24 de novembro de 2024
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    Laudo confirma que empresa de mineração contaminou o Rio Poti

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    Os testes foram realizados com o objetivo de analisar o nível da contaminação por metais na região onde a fábrica foi instalada, em Quiterianópolis. O estudo comprovou presença de metais acima do valor máximo permitido

    Relatórios elaborados pela Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec) e Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) sobre a análise do solo e da água de Quiterianópolis, na região dos Inhamuns, apontam contaminação de solo e de água por elementos químicos e traz preocupação para parlamentares integrantes das comissões de Meio Ambiente e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Ceará.

    O documento da Nutec, instituição vinculada à Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Estado (Secitece), foi compartilhado em reunião realizada, nesta semana, pelas duas comissões, que solicitaram a análise de amostras, e foi entregue pelo diretor de Inovação Tecnológica da Nutec, João César Pinheiro. Os testes foram realizados com o objetivo de analisar o nível da contaminação por metais de solo, água e sedimentos na região próxima à cidade de Quiterianópolis, por onde passa o Rio Poti, que deságua no Açude Flor do Campo, que abastece a cidade de Novo Oriente.

    Nos dias 1º e 2 de abril, geólogos e químicos da Nutec e da Semace coletaram amostras de solo, sedimentos e água às margens do Rio Poti, em via de acesso à mineradora Globest e na bacia do Açude Flor do Campo.

    O laudo mostra presença de metais – alumínio, antimônio, arsênio, cromo, fósforo, manganês e níquel – em amostra de água acima do valor máximo permitido. Em sedimento, o antimônio está presente acima do valor de prevenção e em solo as substâncias antimônio e bário também aparecem em índices elevados, dependendo do local coletado. Os valores estabelecidos seguem resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

    O deputado Renato Roseno, presidente da Comissão de Direitos Humanos, disse que vê o estudo com muita preocupação e confirma dano ao meio ambiente. “O caso de Quiterianópolis confirma o perigo que a mineração traz para o País e nos alerta para o risco da atividade, que explorou o minério de ferro e deixou um passivo ambiental, um dano muito grande para a região, e que precisa ser reparado”, pontuou. “Em 13 anos de atividade foram 14 autuações”.

    O Diário do Nordeste publicou, com exclusividade, em 13 de março, que efluentes oriundos da mineradora Globest Participações – que explorou, de forma intensa, uma área na Serra do Besouro, em Quiterianópolis – foram carregados pela chuva para o rio e para áreas agricultáveis, trazendo preocupação para moradores e produtores rurais.

    Montes de terra com minério de ferro e rejeitos acumulados na mineradora e em seu entorno escorrem por valas escavadas pela empresa, na localidade de Bandarro, zona rural de Quiterianópolis, quando ocorrem chuvas mais intensas, levando a lama de coloração vermelha e preta até o leito do Rio Poti.

    Quem passa ao lado da Rodovia CE-187, após o acesso à cidade de Quiterianópolis em direção a Novo Oriente, percebe parte da Serra do Besouro devastada e maquinários instalados. Ali, funcionou por seis anos, de forma intensiva e mecânica, a exploração de minério de ferro.

    A Globest tem registro cassado desde 2016. A reportagem tentou entrar em contato com a empresa Globest, mas os telefones que constam em nome da empresa permaneciam com sinal intermitente ao longo da tarde de ontem.

    Fonte: Diário do Nordeste

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