Com os objetivos de aumentar o volume útil na estocagem de rejeitos e preparar a Barragem de Moita para o seu fechamento, a Jaguar Mining está implantando uma planta de filtragem do rejeito para substituição da disposição dos rejeitos em polpa pela disposição do rejeito filtrado. A Jaguar está otimizando o seu sistema de disposição de rejeito da lixiviação na unidade CCA/RG, em Caeté/MG. Para isso, desenvolveu e está implantando um sistema de filtragem com dois filtros do tipo prensa que irão operar em batelada. A Barragem de Moita foi construída em 2009, no município de Caeté, e tem como finalidade a disposição de rejeitos de minério de ouro provenientes do beneficiamento realizado na planta metalúrgica da unidade da empresa.
A planta de filtragem de rejeito da lixiviação foi projetada para operar por um mínimo de 5 anos, com 90% de disponibilidade operacional, equivalente a uma capacidade de 6 t/h ou 47.304 toneladas por ano. O circuito compreende a área de espessamento, tancagem, filtragem e uma estação de tratamento de efluentes industriais. Desta forma, a Jaguar garante que todos os potenciais contaminantes ambientais sejam completamente neutralizados e contidos no processo, sem riscos ao meio ambiente e comunidades ao longo do armazenamento, que ocorrerá em área controlada. Atualmente, o projeto está na fase de implantação e a previsão para o start-up é setembro de 2021.
Em relação à disposição do rejeito, é prevista a acomodação total de 104.634 m³ de rejeito filtrado ao longo de 46 meses. Este rejeito filtrado será disposto acima do rejeito já depositado hidraulicamente nos últimos anos. A previsão média de altura do enchimento é de três metros dentro do reservatório, obedecendo a cota mínima necessária para o fechamento da barragem e condução de água de chuva que não terá contato com o rejeito. Após a disposição do material filtrado o mesmo será envelopado com geomembrana e posterior cobertura de solo orgânico e plantio de grama.
Em parceria com a empresa Tetra Tech, foi elaborado o projeto de enchimento e cobertura da Barragem de Moita, contemplando disposição do cake (rejeito filtrado), além da impermeabilização, revegetação e recuperação ambiental da área. Trata-se de um projeto contemporâneo, que reúne a necessidade do setor de mineração em substituir a operação com barragens por processos mais modernos e, ao mesmo tempo, garantir o fechamento adequado da Barragem. O encerramento de atividades de barragens classe I (rejeitos perigosos) representa um desafio, visto que a existência de uma camada impermeabilizante (membrana) constitui um limitante para uma série de processos de fechamentos convencionais.
Diante disso, o conceito geral do projeto é a instalação, considerada inovadora em uma barragem de rejeitos, de geodrenos verticais (aprox. 4.500 geodrenos / 35.000 m) ao longo de todo o reservatório atual e que, associados a um colchão drenante horizontal e ao aterro compactado de rejeito filtrado, promoverão a aceleração do adensamento do rejeito depositado atualmente na barragem pelo método hidráulico e, consequentemente, do ganho de resistência deste material.
É prevista para o fechamento a construção de dois poços de bombeamento no interior do reservatório, a fim de rebaixar o nível da água no interior do rejeito depositado. Durante a execução do projeto serão instalados piezômetros, placas de recalque e manta geotêxtil não tecido sobre o colchão drenante. O processo compreende, ainda, entre outras etapas, a instalação da geomembrana de impermeabilização sobre o aterro de rejeito filtrado e, sobre esta, a manta geotêxtil, não tecido de proteção, e acima deste será realizado uma camada de aterro com vegetação.
O acompanhamento do comportamento geotécnico da barragem será realizado por meio de instrumentos automatizados instalados nos rejeitos que geram informações em tempo real (12 piezômetros, nove placas de recalque e dois poços de monitoramento no maciço). Além das atividades preliminares, o projeto é composto por quatro etapas que serão executadas até 2025. As atividades ocorrerão no sentido da crista para o fundo do reservatório de forma progressiva, ou seja, o final de uma etapa delimitará o início da outra.
Como o fechamento da barragem está sendo realizado progressivamente, será possível reduzir a área de contribuição das chuvas, garantindo um volume de amortecimento seguro frente à passagem de cheias. Além disso, o fato de a barragem continuar em operação permite que os custos do fechamento sejam otimizados, visto que os estudos foram desenvolvidos considerando todas as premissas ambientais e de engenharia, de forma que o projeto final detalhasse não somente a metodologia de fechamento, mas também a forma de reincorporação da barragem ao meio ambiente.