Uma das maiores fabricantes mundiais de turbinas eólicas reduziu suas previsões para o ano devido ao impacto da inflação das commodities e gargalos nas cadeias de suprimento.
A dinamarquesa Vestas Wind Systems agora espera que a receita anual fique cerca de 3% abaixo da projeção anterior.
Incorporadoras no setor de energia renovável enfrentam custos crescentes de matérias-primas como cobre e aço, metais essenciais para a indústria eólica.
As commodities sobem em 2021 com a recuperação das economias globais dos efeitos da pandemia, o que elevou o preço de diversas matérias-primas, como petróleo e gás natural.
“A inflação está aqui”, disse o CEO da Vestas, Henrik Andersen, em entrevista à Bloomberg TV. “Vemos alguns desses desafios conosco pelo resto do ano.”
As ações da Vestas acumulam baixa de 15% no acumulado do ano.
A empresa agora espera receita anual entre 15,5 bilhões de euros (US$ 18,2 bilhões) e 16,5 bilhões de euros (US$ 19,3 bilhões), frente à previsão anterior de 16 bilhões de euros a 17 bilhões de euros, segundo balanço divulgado na quarta-feira.
A Vestas também reduziu a previsão para a margem sobre o lucro antes dos juros e impostos de 6% a 8% para entre 5% e 7%.
Os retornos reduzidos de empresas de energia renovável coincidem com maior demanda mundial por parques eólicos e solares.
A indústria precisa investir pelo menos US$ 92 trilhões até 2050 para cortar as emissões com rapidez suficiente e evitar os piores efeitos da mudança climática, de acordo com a BloombergNEF.
Os custos de transporte praticamente triplicaram em relação há um ano, disse a diretora financeira da Vestas, Marika Fredriksson, em entrevista. A crise de capacidade de cargas não deve melhorar este ano e provavelmente continuará em 2022, disse.
Na Ásia, a empresa enfrenta dificuldades para instalar turbinas em países como o Vietnã, onde existem restrições para frear a propagação da variante delta do coronavírus, disse Freriksson.