O grande volume de aportes previsto para a mineração brasileira nos próximos anos fez com que a ICSK, uma das principais empresas de Engenharia e Construção da América do Sul, ingressasse no setor.
A meta da empresa chilena, que atua no Brasil desde 2016 no setor elétrico, é que os projetos junto à indústria extrativa representem 50% da carteira de clientes até 2023.
E Minas Gerais está no radar da empresa, uma vez que, dos US$ 38 bilhões previstos em investimentos no setor mineral nacional de 2020 a 2024, US$ 13,2 bilhões serão alocados no Estado, conforme dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
“Minas vai ser o local para se estar nos próximos anos. Há grandes oportunidades tanto na mineração quanto em outros segmentos”, avalia o diretor-geral da ICSK no Brasil, Robson Campos.
Segundo ele, a empresa realizou um mapeamento e identificou cerca de 70 projetos em estudo por parte de empresas mineradoras, que podem absorver investimentos de R$ 40 bilhões em ativos a serem construídos ou revitalizados nos próximos três anos. Foram avaliados localização, empresas, tamanho e escopo, como modernização, construção, operação e manutenção. “Minas desponta como principal local de investimento, seguido da Bahia e do Pará”, comentou.
De fato. Os dados do Ibram indicam que os US$ 13,2 bilhões previstos para Minas Gerais representam 35% do total a ser aportado no setor brasileiro nos próximos anos. Já a Bahia deverá receber algo em torno de US$ 10,5 bilhões ou 28% e o Pará US$ 8,8 bilhões (23%). Os outros estados somam US$ 5,5 bilhões (14%).
Campos destacou que a mineração faz parte do core business da empresa e que, atualmente, mais de 80% da produção de cobre chileno conta com a expertise de engenharia e construção da ICSK, que está apta a desenvolver projetos similares no Brasil como epecista e fornecedora de serviços de engenharia, construção e montagem de projetos, além de equipamentos.
No Chile, a ICSK já executou projetos para as indústrias de cobre, ouro, prata, aço, zinco e lítio e foi responsável pela construção de projetos de infraestrutura utilizados por 17 das 28 maiores mineradoras presentes naquele país, incluindo Anglo American, AMSA, Codelco e MMG.
“Chegamos ao Brasil, no final de 2016, para executar um projeto de construção de linha de transmissão de energia e estamos no quarto contrato na área. Já construímos mais de 2 mil quilômetros. No entanto, o setor de mineração é o de maior interesse da ICSK no Brasil e será o maior foco de crescimento em 2021 e nos próximos dois anos”, revelou.
A empresa é uma das principais fornecedoras de serviços para o setor de energia, com projetos desenvolvidos na Bahia, Pará, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro, para clientes vencedores de alguns dos maiores leilões de energia do País.
Na mineração, ainda este mês, a ICSK inicia as obras de revitalização da uma moagem de minério de ferro, um trabalho previsto para ser realizado durante os próximos dois anos.
O diretor disse, por fim, que apenas na área de cobre, há potencial para R$ 5 bilhões em projetos no País. “Estamos focando em projetos de cobre e de outros minérios, onde temos grande expertise na área, especialmente nas minas de cobre no Chile”, argumentou. A ICSK tem mais de 140 projetos em mineração já realizados na América Latina, dos quais 38 projetos de moagens já executados.
Fonte: Diário do Comércio