A Marinha do Brasil informou que o navio graneleiro Alfred Oldendorff, de bandeira da Libéria, vai auxiliar na operação de retirada da carga de minério de ferro do navio Stellar Banner, encalhado há quase dois meses a 100 km da costa do Maranhão.
O navio saiu dos Emirados Árabes Unidos e deve chegar ao Maranhão no domingo (26). A operação de retirada começou no último dia 16 de abril. O navio-patrulha Bocaina e a aeronave UH-15, que são da Marinha do Brasil, continuam na área e monitoram o navio.
Segundo a Marinha, os órgãos e empresas envolvidas estão em estreia coordenação no intuito de solucionar a operação o mais breve possível, obedecendo normas e procedimentos de segurança, priorizando a mitigação dos riscos à poluição e a navegação.
Operação
Desde o início do resgate do Stellar Banner, cerca de 255 militares da Marinha atuam diretamente na operação. O órgão trabalha no local com um navio de apoio oceânico ‘Iguatemi’, um navio hidroceanográfico ‘Garnier Sampaio’, um helicóptero UH-15 e quatro embarcações da Capitania dos Portos do Maranhão.
A operação também conta um helicóptero He S-76 operado pela Vale, um navio MPOV Normand Installer, nove rebocadores (sendo quatro com materiais de combate à poluição por óleo), três drones com câmera térmica, quatro embarcações de suporte às atividades de contingência de derramamento de óleo (OSRV), quatro de apoio à plataforma (PSV) e dois oleeiros (OSV).
O navio com bandeira dos Países Baixos ‘Defender’ foi contratado para retirar parte das 3,5 mil toneladas de óleo do Stellar Banner. A embarcação partiu do Gabão, país na África Central e é do tipo AHTS (Anchor Handling Tug Supply), barco utilizado para reboque, ancoragem de unidades flutuantes de petróleo e transporte de cargas. A capacidade da embarcação é de mais de 3 mil metros cúbicos.
Área afetada
A área afetada no casco do navio é de cerca de 25 metros, segundo o chefe de Estado-Maior do Comando do 4º Distrito Naval, Robson Neves Fernandes. Atualmente, não há registro de vazamentos.
No dia 28 de fevereiro, o Ibama havia verificado o vazamento de 333 litros de óleo no mar e o poluente havia se espalhado por uma área de 0,79 km². Um dia depois, o instituto afirmou que não visualizou mais as manchas de óleo encontradas anteriormente.
Inquérito
A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Maranhão informou que abriu um inquérito para apurar possível crime ambiental no acidente do Stellar Banner. Antes, a Marinha já tinha informado que instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades sobre o caso.
Acidente com o Stellar Banner
O navio Stellar Banner sofreu duas fissuras no casco no dia 25 de fevereiro, logo após ter saído do Terminal Portuário da Ponta da Madeira em São Luís, com destino a um comprador em Quingdo, na China. A embarcação possui capacidade para 300 mil toneladas de minério de ferro e tem 340 metros de comprimento, o equivalente a dois campos de futebol.
Segundo a Capitania dos Portos do Maranhão, logo após identificar as fissuras no casco, o navio começou a afundar no Oceano Atlântico, a cerca de 100 km da costa do litoral do Maranhão. Por conta da situação de emergência, o comandante do navio emitiu um alerta e levou o Stellar Banner para um banco de areia.
O navio tinha 20 tripulantes, sendo 12 coreanos e oito filipinos. Após o resgate, seis estão ajudando na operação de salvatagem e seguindo as instruções da Capitania dos Portos. A Polaris informou que os outros 14 tripulantes da embarcação já estão em terra firme e devem ser repatriados.
Fonte: G1