(Bloomberg) — Os mercados globais de commodities, afetados pela pandemia de coronavírus, devem levar semanas ou mais para alcançar o equilíbrio, pois a oferta e a demanda permanecerão descompassadas, segundo o Goldman Sachs, que alertou para nova queda dos metais.
“É tentador argumentar que o pior já passou para as commodities, dado o colapso histórico dos preços do WTI, a recuperação na China e o estímulo sem precedentes no Ocidente”, disseram analistas como Jeffrey Currie em relatório. “É importante lembrar, no entanto, que as commodities são ativos à vista, não ativos antecipatórios, e devem eliminar a oferta e a demanda atuais.”
As matérias-primas enfrentam um mercado turbulento devido à pandemia de coronavírus, com o deslocamento mais agudo observado no petróleo: o excesso da commodity levou o WTI a território negativo. Agora, com a contagem de casos em queda e a flexibilização das medidas de confinamento nas principais economias, investidores tentar medir a rapidez da recuperação da demanda por commodities e o que isso significa para os preços.
“No entanto, acreditamos que agora entramos na fase de inflexão com o início do reequilíbrio, mas este período pode levar de quatro a oito semanas para ser resolvido antes que possamos argumentar confortavelmente que atingimos o piso”, disseram Currie e outros analistas em relatório de 24 de abril.
Entre os países que tentam emergir da crise, a Itália planeja diminuir as restrições de bloqueio a partir de 4 de maio, um teste-chave dos esforços da Europa para reativar as economias. Nos EUA, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, indicou uma reabertura em fases.
O Goldman destacou as mudanças, mas alertou para uma “substancial incerteza”. E acrescentou: “Embora reconheçamos um mercado equilibrado está à vista, ativos mais prospectivos, como ações, podem olhar as próximas semanas e começar a precificar uma recuperação; no entanto, as commodities simplesmente não têm esse luxo.”
O índice Bloomberg Commodity Spot, um amplo indicador de matérias-primas do petróleo ao cobre, encerrou o mês passado no nível mais baixo desde 2016. Desde então, o índice se recuperou, embora tenha eliminado parte dos ganhos mais recentes.
Na segunda-feira, os futuros do petróleo em Nova York voltaram a ser negociados perto de US$ 15 o barril. Os estoques crescentes dificultam o equilíbrio dos mercados pelos principais produtores com o corte da produção. Em contraste, os metais em Londres mostravam um rali.
“Em petróleo, esperamos que o mercado teste a capacidade global de armazenamento nas próximas três a quatro semanas (o WTI foi um evento local), o que provavelmente criará volatilidade significativa” com mais riscos de baixa até que a oferta seja igual à demanda, disse o Goldman. “Em metais, sentimos que os mercados se adiantaram.”
Fonte: InfoMoney.