O minério de ferro deve se recuperar da forte onda vendedora e subir muito além de US$ 100 a tonelada dentro de três meses, segundo o Goldman Sachs, que aumentou seus preços-alvo diante do persistente déficit global e alertou que a volatilidade do mercado deve permanecer elevada.
A recente desvalorização é um “alívio temporário de um déficit estrutural, e não um colapso duradouro dos preços”, disse o banco em nota enviada na terça-feira. O Goldman aumentou seus preços-alvo de 3, 6 e 12 meses para US$ 115 a tonelada, US$ 100 e US$ 85, respectivamente, em relação aos preços anteriores de US$ 91 (3 meses), US$ 80 (6 meses) e US$ 72 (12 meses).
O preço do minério de ferro sofreu forte queda este mês, com a aposta de investidores na melhora da oferta e demanda mais fraca. A onda vendedora foi puxada por uma série de dados que apontavam para preços mais fracos, incluindo uma recuperação dos estoques portuários e queda da rentabilidade de siderúrgicas na China. Mas o movimento de desvalorização não vai durar, de acordo com o Goldman, cuja aposta otimista de curto prazo e previsões mais altas contrastam com as opiniões mais pessimistas de outros bancos.
“Esperamos que os preços subam nos próximos meses, com o potencial de altas novamente para US$ 115 a tonelada ou mais”, segundo o Goldman. “Com o mercado em déficit, os preços têm que subir para gerar uma resposta da oferta adequada ou, mais provavelmente, destruir demanda suficiente (ou ambos) para alcançar um equilíbrio.”
Os contratos futuros de minério de ferro em Cingapura, que fecharam no maior nível em cinco anos de US$ 119,18 a tonelada no mês passado, perderam 14% na semana passada e 10% na semana anterior. A venda foi impulsionada pela escalada da guerra comercial entre EUA e China, instabilidade no mercado de câmbio e outros sinais de desaceleração global.
Enquanto o Goldman aposta em retomada dos preços, outros especialistas do mercado projetam mais desaceleração. A Fitch Solutions, por exemplo, disse em relatório de 12 de agosto que os preços vão cair ao longo do ano, com o aumento da oferta e menor demanda chinesa.
O Morgan Stanley projeta que os preços devem baixar para US$ 90 a tonelada no quarto trimestre, com menos compras de minério pela China e recuperação dos carregamentos.
Fonte: UOL Economia