Após o extravasamento de uma barragem em Congonhas, na região Central do Estado, na última semana, em decorrência das chuvas fortes, a prefeitura municipal, a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e a Ferro+ Mineração se reuniram para discutir alternativas de abastecimento de água na região. Com o ocorrido, houve contaminação na água de abastecimento do bairro Pires.
Neste primeiro momento, ficou acordado que a Ferro + Mineração vai construir um poço artesiano e uma caixa d’água elevada para atender à comunidade e ficará responsável pela manutenção deles pelos próximos três anos. Nos próximos dias, a empresa deverá apresentar um balanço hídrico da região e um estudo sobre o projeto.
Em nota, a mineradora disse que o extravasamento do dique do Josino não tem correlação com o abastecimento de água do bairro do Pires e que a comunidade é abastecida por nascentes a céu aberto que são prejudicadas continuamente pelas chuvas que atingem a região.
“A empresa, historicamente parceira da comunidade do Pires, buscou soluções imediatas para suprir a falta de água das casas, oferecendo caminhões-pipa e melhorias nos canais de condução das águas”, comunicou.
A Ferro + disse ainda que órgãos competentes (ANM, Feam, Defesa Civil, Ministério Público, Polícia Militar de Meio Ambiente e Prefeitura de Congonhas) fiscalizaram o dique, responsável por captação de água pluvial e contenção de sedimentos, e confirmaram a integridade da estrutura, “que está operante e intacta, sem registro de rompimento”.
Já a prefeitura de Congonhas, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, esclareceu que o evento em referência ocorreu no dia 20 de dezembro de 2019, quando, por volta de 16 horas, uma chuva intensa atingiu a região, com precipitações de cerca de 120 mm em 1 hora.
Com isso, a drenagem de água da BR-040 foi direcionada para o interior do dique de contenção de sedimentos da empresa Ferro + que liberou o volume por um dispositivo chamado “extravasor” – um duto que tem a capacidade de liberar água rapidamente.
O dique tem o papel de segurar sedimentos e deixar a água excedente passar pelo vertedouro, sendo direcionada para uma galeria de transposição da BR-040. Mas, pelo excesso de volume, essa estrutura da estrada não conseguiu dar vazão, alagando assim a rodovia e contaminando por sedimentos a água de abastecimento do bairro Pires.
De acordo com Secretaria, após a priorização do abastecimento da comunidade, a administração municipal vai fazer um levantamento do dano ambiental que pode ter sido causado pelo carreamento do sedimento de minério no extravasamento. O estudo deve ficar pronto em 30 dias e caso tenha alguma relação com licenciamento ambiental, o governo do Estado deverá ser acionado.
Fonte: Diário do Comércio