“A Vale não é, e nunca foi, uma empresa produtora de minério de ferro, como todos pensam. A Vale é uma empresa de logística. Esse é o conceito que desenvolvi. Por quê? Porque o minério de ferro é produto de baixo valor. Para levá-lo ao consumidor e ganhar dinheiro, tínhamos de ser extremamente eficiente na geologia, extração, tratamento e beneficiamento   logística ferroviária, portuária, navegação, etc. Mina sem transporte (logística) é cascalho. Ferrovia sem carga é ferro velho.  Uma mineração forte de minério de ferro, sempre vai precisar de uma ferrovia forte. Essa condição sistêmica e de engenharia logística da  geologia, mina, ferrovia, porto e navegação , operada por material humano de ponta. Fizeram a VALE grande” (Eliezer Batista junho de 1982)

Contam que Daniel McCallun  dizia:  precisamos  ser organizados de tal forma, que pudéssemos visualizar a extensão da sua administração e enxergar as responsabilidades. Simplesmente isto, para, assim avaliar e imaginar a sua operação e produção, “Quando assumi a função de comando na Erie. Pude ver que a ferrovia do jeito que estava  a responsabilidade de cada um, precisava estar mais clara. A distribuição dos homens os   recursos espalhados, ao longo do trecho da ferrovia   ficava  sempre confusa e conflitante na hora de fazermos o plano de trabalho. Aprendi que Engenharia é usar racionalmente os recursos e organizá-los, fixando uma ideia lógica.

Desenhei um modelo de trabalho ordenado e detalhando os responsáveis por cada setor, conexo às suas atividade e sub atividades. Chegamos na solução, usando um desenho simples,  que me custou dois dias. Mas hoje,  as funções, suas responsabilidades,  deveres e obrigações estão claras e formais” (Daniel McCallun – fonte: Sr. Antônio iro, auxiliar de Mr. Simpson, engenheiro americano –chefe geral  Morrisson, que atuou nas melhorias a ferrovia Estrada de Ferro Vitória  Minas  – EFVM – VALE)

“Em meu estágio nas ferrovias dos EUA, ainda nos finais dos anos 40, vi o quanto o professor, doutor e engenheiro Daniel, fez pelas ferrovias. Ele era um engenheiro perfeito e especialista em pontes ferroviárias. o que aprendi de pontes em ferrovias, foi através de seu legado. Me disseram que ele era autodidata, perfeccionista e organizado. Reconhecido pela liderança e competências. Um homem desse quilate, a gente só consegue ver depois muitas décadas, ele era um super administrador e engenheiro” (Eliezer Batista)

Daniel Craig McCallum (1815-1878) foi um engenheiro nascido na Escócia que ainda garoto migrou para os Estados Unidos. Dedicado, esforçado estudioso e com organização nata, trabalhou como carpinteiro e depois engenheiro, onde chegou ao cargo de superintendente da New York & Erie Railroad, em 1850. Daniel, logo quando passou a ter as suas atribuições detectou que para a ferrovia ter uma administração efetiva, necessitava ser dividida por trechos, considerando fatores geográficos, distância e compatibilidade administrativa. A ferrovia e as suas características operacionais, inspiraram Daniel Craig McCallum a desenvolver um modelo de forma sub dividir as responsabilidades por trechos criando núcleos ou residência de administração ao longo da estrada de ferro, o que deu muitos resultados na época.

As estradas de ferro norte americanas são pioneiras nesta prática de administração e McCallun é o responsável direto por esse avanço. Foi ele que definiu as bases de gerenciamento das ferrovias, através de seu pensamento voltado a organização e disciplina, que carregava desde os tempos de estudante de engenharia. Herdou a educação de berço de pais escoceses, que valorizavam pontualidade e organização do tempo. Visualizou a economia de escala e a relação direta com recursos humanos, materiais e finanças, inovando o controle da atividade. Forçou administradores a implementarem nos locais de trabalho grandes melhorias de operação, manutenção, comunicação e monitoramento, seguidas de controle rigoroso, formatando a gestão da ferrovia com espírito comercial, através do conhecimento prático e teórico do custo e lucro.

McCallun, através de sua experiência em aplicação da engenharia, racionalização e organização. Tinha como orientação uma administração firme e direção do êxito operacional. Ele sempre preconizou:

1. Que haja uma divisão por responsabilidades.
2. Que se deleguem poderes suficientes para que as responsabilidades possam ser exercidas plenamente, a fim de que tenham caráter real.
3. Que haja meios de averiguar se essas responsabilidades são fielmente cumpridas.
4. Que toda negligência dos deveres seja prontamente informada, para logo sanar os problemas.
5. Que essa informação seja obtida mediante um sistema de notificação e fiscalização diárias que não cause embaraços aos superiores nem lhes diminua a influência sobre seus subordinados.
6. Que no todo se adote um sistema que não só permita ao superintendente geral detectar erros imediatamente, como também indique o culpado.

Concluiu que no ambiente de uma ferrovia extensa a solução era estabelecer as atribuições formais, através de uma  rigorosa estrutura organizacional, bem como a comunicação clara, hierarquia, autonomia definida entre os níveis dessa estrutura. Mccalun então desenha e 1856 um diagrama representativo e passa a operá-lo administrativamente, e então é criado o famoso organograma que se espalha como ferramenta de administração pública e privada em todo planeta.

Os estudiosos de McCallum citam a sua inteligência prodigiosa, pois ele definiu ainda o controle de custo, que veio ser usado no aprimoramento da contabilidade, orçamento, economia, auditoria e controle de almoxarifados, através de seus encarregados. Na realidade de hoje seriam as planilhas eficientes que usamos em excel e outros softwares modernos. Germano Alves que estuda a evolução das ferrovias desde 1982, concorda com seus colegas norte americanos, que colocam McCallum como criador também dos primeiros centros de custo em atividades industriais, tendo em vista documentos encontrados com uma versão desta ferramenta que dividia os gastos por áreas de operação da ferrovia New York & Erie Railroad um pouco antes de 1850. )   5D + DANIEL ERA:  DISCIPLINADO, DETERMINADO, DETALHISTA ,  DISPOSTO,  DECIDIDO

As ferrovias eram atividades caríssimas e para funcionarem adequadamente, precisavam de uma administração focada em disciplina de custo e engenharia de manutenção, tanto da manutenção da via permanente, quanto em locomotivas, material rodante e suporte operacional. Conforme mencionado, as ferrovias eram empreendimentos caros e preocupavam McCallum que era apologista da racionalização e planejamento pela eficiência. Gostava de ver no papel os números, gastos e as funções claras e ordenadas das pessoas. As pessoas que trabalharam com McCallun, o tinham como um engenheiro que carregava a organização no sangue. Era competente e estimulava sua equipe. Corajoso e muito seguro de seu trabalho reunia uma condição respeitabilíssima como pessoa e engenheiro de ferrovias. Os números que apresentava de desempenho das operações e as prioridades que definia, tinham grau máximo de assertividade. Trabalho inquestionável.

Os tempos, as ferrovias e todo processo operacional das indústrias e administração geral, continuaram avançando no mundo inteiro. No século XXI a velocidade de tudo isso apoiada em alta TI e modernas ferramentas, software retratam esta velocidade e evolução no processo de administração. Mas a existência do organograma, jamais será substituída por se tratar de uma ordenação da base de organização hierárquica, o sistema organizacional ou funcional que coordena, define e decide pela operação de responsabilidade formal de qualquer negócio, empresa ou empreendimento em qualquer local e segmento, indiferente do porte do negócio. O organograma se tornou no mundo inteiro uma linguagem da comunicação da estrutura funcional de empresas públicas, privadas e também de esferas governamentais, ministérios e outras.

As escolas técnicas, faculdades, universidades, institutos educacionais e a TGA – Teoria Geral da Administração também do mundo inteiro, mostram academicamente que o organograma facilita a visualização da representação funcional das relações hierárquicas e de responsabilidade que há na organização departamental. Separando-as em setores, unidades funcionais e cargos, havendo uma comunicação entre eles. É importante lembrar que o organograma deve ser bem elaborado e levar em consideração, que ele é uma representação da organização que em determinado momento pode sofrer alterações em seu gráfico. O gráfico que representa a estrutura formal da empresa, mostra de forma imediata as relações funcionais, os fluxos de responsabilidade e as funções organizacionais da empresa. Constituído por de retângulos, quadrados ou círculos, ligados por linhas horizontais e verticais. Exemplos:

As escolas técnicas, faculdades, universidades, institutos educacionais e a TGA – Teoria Geral da Administração também do mundo inteiro, mostram academicamente que o organograma facilita a visualização da representação funcional das relações hierárquicas e de responsabilidade que há na organização departamental. Separando-as em setores, unidades funcionais e cargos, havendo uma comunicação entre eles. É importante lembrar que o organograma deve ser bem elaborado e levar em consideração, que ele é uma representação da organização que em determinado momento pode sofrer alterações em seu gráfico. O gráfico que representa a estrutura formal da empresa, mostra de forma imediata as relações funcionais, os fluxos de responsabilidade e as funções organizacionais da empresa. Constituído por de retângulos, quadrados ou círculos, ligados por linhas horizontais e verticais.

Como pôde ser percebido, a própria criação do organograma exige um estudo da organização e a definição do que se pretende representar. Os organogramas tem sido muito modificados em função das mudanças que afetam as empresas de todo mundo que adotaram o achatamento das estrutura. No ambiente de gestão empresarial é chamado Downsizing. Esta técnica promove a redução dos níveis hierárquicos com o objetivo de aproximar dos demais níveis da organização, reduzir mão-de-obra, custo e agilizar processos decisórios. Em outras palavras, reduz a verticalização da estrutura organizacional. Pode ocorrer redução, fusão e extinção de departamentos, supervisão ou células de controle.

Fica externada a nossa grande admiração a Daniel Craig McCallum , expoente da história da administração, que através de sua inteligência e organização contribuiu com o desenvolvimento da administração de todo mundo. Ao mesmo tempo lamentamos, em não ver o seu nome tão citado como deveria ser nos livros de Administração. A história, os historiadores, embora notáveis, cometem lapsos em não exponenciarem homens da natureza e quilate de  Daniel Craig McCallum, assim como muitos outros. As empresas se organizaram hierarquicamente, cresceram na administração de custos e tiveram uma outra mentalidade, a partir de suas orientações, dedicação e capacidade de desenvolver o seu trabalho com seriedade, organização notável , disciplina e alto grau de competência.

FATO HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO: Em 1856, Daniel C. McCallum, um superintendente da York and Erie Railroad Company (EUA), usou organogramas para mostrar a aplicação da Administração Sistemática em ferrovias. As ferrovias eram empreendimentos complexos e muito caros, assim exigiam uma estrutura hierárquica com vários níveis profissionais. Portanto conforme os registros históricos, McCallum foi o criador do primeiro organograma de que se tem notícia.

Como gosto de estudar ferrovias  já fazem 30 anos e o  progresso, eu lamento que as escolas, universidades e faculdades não citam esse engenheiro e administrador exemplo de competência como deveriam. Vi  pouco  desse baluarte na graduação e nas de ferrovias em que trabalhei por mais de 3 décadas. Os valores e orgulho da profissão ferroviário, do mantenedor de via permanente, maquinistas aos “engenheiros de via férrea, estariam mais orgulhosos do que fazem. O Mestre Daniel merecia lembranças e o  nome grafado na história de tudo que se refere engenharia ferroviária, administração de ferrovias e no comportamento do brilhante povo trabalhador, os ferroviários do mundo inteiro, que tanto admiro pela extraordinária amizade, respeito mútuo e coleguismo. Nas ferrovias brasileiras tivemos e temos excelentes profissionais à enaltecermos  pelas grandes histórias e contribuição para o Brasil (Rowan Pedro de Araújo)