O Ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu o presidente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), Tales Machado, e um grupo formado por cerca dos 30 maiores exportadores do segmento no país, em uma audiência virtual nesta quarta-feira (04/05). O encontro aconteceu por intermédio do Deputado Federal e Vice-líder do Governo na Câmara, Evair de Melo, e contou com a presença do vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Léo de Castro.
No encontro, Tales Machado atualizou Guedes sobre os avanços do setor de rochas brasileiro que bateu recorde histórico de exportações em 2021. Entre janeiro e dezembro do ano passado, o segmento nacional faturou 1,34 bilhões de dólares com o envio de 2,4 milhões de toneladas de materiais para 132 países distribuídos nos cinco continentes, registrando crescimento de 35,5% em relação a 2020. Admirado com os números, o Ministro disse que o comércio de rochas é um dos poucos em que o Brasil tem superávit com os Estados Unidos. “Em muitos estamos perdendo de goleada”, afirmou bem-humorado.
“Eu acho espetacular essa atuação agressiva de vocês. Antes de eu conhecer o Deputado Evair eu não sabia da força dessa indústria. Na época em que conversamos sobre tornar mais justa esta competição com os outros setores de revestimento, eu acho que nós fizemos justiça e agora estamos seguindo em direção um pouco mais agressiva que é realmente tentar reindustrializar o Brasil”, completou Guedes referindo-se à isonomia tributária referente ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) incidente sobre os itens destinados à pavimentação ou revestimento, com origem de rochas ornamentais. O decreto, de 23 de agosto de 2021, definiu alíquota unificada de 1% do IPI incidente sobre esses produtos.
“Por 20 anos o setor de rochas brasileiro lutou pelo tratamento igualitário entre os setores de revestimento e foi com o apoio do Deputado Evair, que após diálogos constantes com o Ministro Paulo Guedes e sua equipe técnica, apoio da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), que conseguimos esta conquista. Agora, estamos mais felizes ainda com a redução de mais 35% sobre o imposto. Só temos a agradecer por todo o apoio que o Governo Federal tem dado ao nosso segmento”, comemorou Tales.
Gargalo logístico
O presidente do Centrorochas, Tales Machado, externou ao Ministro Paulo Guedes que apesar de ser um momento de agradecimento, gostaria de fazer um pedido na certeza de que contaria com o entendimento e empenho do Ministro. O pedido apresentado foi em prol da superação do gargalo logístico das exportações que enfrenta não só o setor de rochas, mas também o do café, pimenta, gengibre, e tantos outros bens produzidos no estado do Espírito Santo. Há registros de que acabou de ser fechado contrato para exportação de 500 contêineres de um desses produtos, mas sendo transportado por via rodoviária até São Paulo, por falta de opção firme no Estado. Tales informou a Guedes que todo e qualquer contêiner que sai do Espírito Santo depende do transporte por cabotagem ou longo itinerário por rodovias, gerando aumento de custos e tempo de trânsito, impactando negativamente a competitividade das indústrias capixabas. O Ministro fez algumas perguntas sobre as alternativas que se vislumbram e demonstrou que irá auxiliar na busca de apoio para viabilização, tendo, inclusive, solicitado ao Deputado Evair para avaliar com os setores atingidos e indicar, entre as alternativas portuárias existentes, em qual deverá ser concentrado esforços.
Internacionalização
Sendo alvo de agradecimento ao Governo Federal, representado na reunião pelo Ministro Paulo Guedes, por compreender a importância de ter na gestão do mesmo uma entidade nacional formada por empresários do setor, o convênio setorial firmado pelo Centrorochas e ApexBrasil, registra mais um excelente resultado em suas ações. Após o Brasil registrar seu recorde em exportações de rochas ornamentais em 2021, o setor teve marcante participação na Coverings 2022, a maior e mais tradicional feira norte-americana do segmento de revestimento, tendo sido registrada a maior área ocupada pelo Pavilhão Brasileiro, considerada todas as edições da feira. Entre os dias 05 e 08 de abril, setenta e três empresas do setor participaram do Pavilhão Brasileiro organizado pelo It’s Natural – Brazilian Natural Stone, projeto setorial para apoio e desenvolvimento das exportações do setor, gerido pelo Centrorochas em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). “Além do sucesso na ocupação de espaço, onde registramos a maior área até então ocupada pelo pavilhão brasileiro de rochas ornamentais, contabilizamos, nos quatro dias de feira, US$ 32 milhões em negócios diretos”, detalhou Tales.
O comércio de rochas ornamentais mantém o Brasil unido a todos os continentes. Os Estados Unidos aparecem na liderança como maior consumidor do segmento nacional. Em 2021, o país absorveu 62,7% de todas as exportações brasileiras; ao mesmo tempo, os EUA têm o Brasil como principal fornecedor. “No ano passado, nós fomos responsáveis pelo envio de 23,28% de todas as rochas consumidas lá. A China ficou em segundo lugar, com cerca de 17%”, explicou o presidente do Centrorochas.
“O setor de rochas soma muito à balança comercial brasileira e tenho orgulho de falar que o Espírito Santo, o estado que represento, concentra cerca de 82% de tudo que é exportado. Esse é um setor muito agressivo do ponto de vista comercial e tecnicamente muito bem preparado”, afirmou o Deputado Federal, Evair de Melo, referindo-se aos mais de 480 mil empregos diretos e indiretos gerados pelo setor no país.