Oferta inicial de 160 empregos diretos, aproveitamento integral da mão de obra existente no município, capacitação profissional de jovens, construção de creche e de um posto policial e desenvolvimento social para a comunidade. Esses compromissos são expectativas que se abrem para moradores de Barão de Cocais, na Região Central de Minas, diante da futura instalação da Bassari Mineração.
O empreendimento em 68 hectares, dos quais oito para atividade, em zona de expansão urbana, se encontra na fase de conclusão dos estudos ambientais EIA/RIMA, visando à obtenção de licenciamento para extração de minério de ferro a seco – sem uso de água no processo produtivo, portanto sem barragens. O volume de extração proposto é de 300 mil toneladas por ano.
“Queremos deixar um legado para Barão de Cocais com benfeitorias, e, agora, tranquilizar a população sobre os impactos, que serão mínimos e mitigáveis. Nosso empreendimento não terá barragem, será de extração a seco e sem detonações”, assegura o diretor-sócio da empresa, Jorge Michel Iabrudi.
Para fazer valer o compromisso, as propostas serão registradas em cartório. Conforme os empreendedores, a classificação de impacto ambiental do empreendimento é a mais baixa, em se tratando de minério de ferro. Está classificado como LAC1, sendo um licenciamento (prévio, instalação e operação) concomitante.
Iabrudi afirma que já foi feito um esclarecimento à comunidade, devendo ocorrer audiência pública em fase posterior. E destaca que a preocupação com a população do município é genuína, somando-se benefícios como implantação de viveiro, horta comunitária, campanhas de educação social, projetos de capacitação profissional buscando não só a atuação nesse empreendimento, mas na área da mineração, além da implantação e manutenção de uma creche com capacidade para até 100 crianças. “Após o encerramento do projeto, o local receberá um loteamento para construção de moradias, com toda a estrutura necessária”, afirma.
Moradora há 15 anos do Bairro Garcia, na região de empreendimento, a técnica em enfermagem Lúcia Maria de Souza, de 61 anos, está satisfeita com a chegada da atividade. Divorciada, com três filhos e oito netos, ela mira futuro e acredita que só com emprego será possível melhorar a situação de vida, especialmente dos mais jovens. “Conversei com vizinhos e muitos estão favoráveis, pois só haverá benefícios para a comunidade. Queremos trabalho e capacitação para nossos filhos e netos.”
O encarregado de manutenção mecânica Roberto Ferreira Malaquias, de 50, casado, com três filhos e uma neta, também vislumbra oportunidades e aposta no lado positivo do empreendimento. “Precisamos pensar na geração de emprego e no desenvolvimento do bairro. Pelo que foi falado, não haverá detonações, grandes impactos por aqui. Foram feitos testes com equipamentos, e não deu para perceber nenhum barulho.”
Compromisso
O pedido para licenciamento da mineradora tramita na esfera estadual, mas, em Barão de Cocais causa expectativa. O procurador da prefeitura local, Igor Rabello Tavares, esclarece que está na Câmara Municipal um projeto de lei para regulamentar a Zona de Expansão Urbana (ZEU). “A ZEU não tem normatização dentro do Plano Diretor, o que traz insegurança legislativa. As alterações legislativas propostas não implicam e não se confundem com qualquer autorização ou licença a qualquer empreendimento específico”, resume.
Já o vereador Leonei Pires (PSB) conta que há um mês tramita no Legislativo a proposta sobre atividades em Zona de Expansão Urbana, a exemplo de agropecuária, mineração e outras. “Vai ficar o tempo que for necessário, debateremos ao máximo, pois é fundamental o diálogo com a comunidade. Nossa prioridade está na comunidade vizinha, e vamos esgotar as discussões”, disse o parlamentar.
Vendo o registro em cartório das propostas da empresa como importante para se evitarem surpresas, Leonei acrescenta que desde 2017 Barão de Cocais vive crises sucessivas, como queda na arrecadação, efeitos da febre amarela, situação de risco das barragens, enchentes em janeiro e fevereiro e agora a COVID-19. “Com responsabilidade, o empreendimento trará melhorias para região.”
Operação
De acordo com a empresa, o projetoserá realizado superficialmente, evitando a implantação de uma cava, com profundidades máximas de 5 a 6 metros, se assemelhando a uma terraplanagem e visando à preparação para o futuro loteamento que fará parte do seu plano de fechamento de mina.
A empresa sustenta que seu foco é conciliar a mineração bem planejada com a intenção de fazer diferença para a população local, apresentando projetos sociais. O diretor Jorge Iabrubi reitera esse compromisso. “Não estamos dispostos a minerar a qualquer custo. Estamos realizando o projeto de maneira sustentável, integrando o bem-estar social com um projeto planejado, cauteloso e bem executado. A Mina da Conquista não terá barragem de rejeitos, tampouco fará uso de água na operação de lavra. Além disso, não usaremos explosivos, uma vez que não serão feitas detonações”, reforça. “O projeto terá um decapeamento, quase uma terraplanagem, visto que o minério vai ser retirado superficialmente, em torno de 5 metros de profundidade apenas, evitando assim, a implantação de uma cava.”
Fonte: Estado de Minas