A mineração, diante de uma boa resposta ao momento de pandemia que o mundo vive em 2020, atraiu olhares para o investimento no setor. Com a continuidade das atividades sob atenção aos protocolos de segurança, a mineração brasileira desenhou um resultado produtivo muito positivo para o ano e, segundo congressistas do painel “Atração de Investimentos nos Estados Mineradores”, realizado na EXPOSIBRAM 2020, o ambiente é favorável para investimentos no mercado de ações, na área de pesquisa e nos processos de parceria entre o setor público e o privado.
No exterior já é possível notar que os investidores enxergam com bons olhos os resultados brasileiros para o setor. De acordo com o DIretor América do Sul da Bolsa de Valores de Toronto (TSX & TSXV), Guillaume Légaré, o desempenho do ouro e outros metais despertaram o interesse de muitos investidores. “O setor da mineração foi destaque em 2020 mirando um crescimento em todos os segmentos do mercado. Foi um ano marcante, sobretudo, no mercado de ouro, cujos preços dispararam. Há um renovado interesse dos investidores no setor”, ressaltou.
Além disso, Légaré ressaltou que a boa governança, o cuidado com a comunidade local e com o meio ambiente são fatores cruciais para o bom desempenho e a imagem das empresas do ramo no mercado de ações. “As boas práticas de governança estão no centro das atenções dos investidores”, disse.
Para demonstrar o esforço do governo federal em atrair investimentos de organizações privadas para diversos setores, dentre eles, o de infraestrutura, a Secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimento (PPI) do Ministério da Economia, Martha Seillier, nomeou dezenas de leilões promovidos pelo programa em portos, ferrovias, rodovias, setor de gás e óleo, dentre outros. Na área da mineração, ela disse estar previsto para ser publicado no Diário Oficial da União (DOU) os editais dos projetos do fosfato de Miriri (na região que alcança os estados de Pernambuco e Paraíba) e os projetos de cobre em Bom Jardim, Goiás.
“O Brasil tem a carteira mais vultosa de investimentos para apresentar ao mundo, sendo que temos uma grande oferta, uma maior liquidez e uma boa taxa de retorno, além de taxa de juros baixíssima. Temos uma carteira gigantesca, um contexto mundial que favorece a atração de investidores e o nosso desafio é dar celeridade e qualidade a esses projetos que estão sendo ofertados”, pontuou.
Por fim, o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral, Antonio Carlos Tramm, ressaltou a necessidade de apoio financeiro e maiores investimentos para a pesquisa na área mineral. “Precisamos conscientizar as nossas autoridades financeiras, da Economia, o ministro [Paulo] Guedes, sobre criar facilidades para a área de pesquisa, porque afinal toda essa fortuna minerária que a gente fala vem da terra amada do subsolo, mas por meio da pesquisa. O que temos hoje foi o pesquisado no passado. E precisamos pesquisar o futuro”, sugeriu.