terça-feira, 22 de abril de 2025
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    Depois da mina, o que fica?

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    Com o fim dos ciclos do ouro e do diamante no período colonial, a pobreza se alastrou em inúmeros municípios das áreas centrais e do Nordeste de Minas Gerais

    As centenas de municípios mineradores do Brasil têm enfrentado um grave problema quanto às perspectivas do seu desenvolvimento após a exaustão econômica das suas reservas minerais. Esse é um problema que está presente na história econômica mundial desde a decadência da exploração das reservas de carvão mineral, durante a revolução industrial na Inglaterra. No caso brasileiro, com o fim dos ciclos do ouro e do diamante no período colonial, a pobreza se alastrou em inúmeros municípios das áreas centrais e do Nordeste de Minas Gerais, muitas dos quais se transformaram em áreas economicamente deprimidas.

    Mesmo em períodos mais recentes do pós–Segunda Grande Guerra, dada à ausência de políticas públicas ambientais e de planejamento estratégico com responsabilidade social de empresas mineradoras, há uma tendência de se seguir o denominado ciclo boom-and-bust. Ou seja, nos períodos de operação plena da extração mineral ocorrem anos ou décadas de rápido crescimento econômico das economias locais (boom) em termos de renda, de emprego e de base tributável, seguidos de severos declínios (bust), como resultado da exaustão relativa dos recursos naturais. Ao final do ciclo, o resultado é conhecido: as populações pobres continuam sem alternativas de promoção humana e sem perspectivas de melhorias nas condições de vida. A base de recursos naturais fica exaurida, e as economias locais, sem dinamismo. As lideranças políticas e comunitárias se perguntam: depois da mina, o que fazer?

    Algumas empresas mineradoras, num contexto de responsabilidade social ampliada, têm procurado contribuir com as comunidades onde se localizam os seus empreendimentos, na busca de um processo de diversificação da sua base produtiva, visando a um duplo objetivo: reduzir a dependência econômica das comunidades em relação às atividades minerárias e gerar alternativas para o desenvolvimento local quando da exaustão das minas.

    Esse esforço não é uma tarefa simples, pois, em última instância, mesmo quando são tecnicamente identificadas as melhores alternativas para a diversificação da base produtiva das regiões em que se localizam os seus projetos de investimento, a mobilização das potencialidades intervenientes fica à mercê da disponibilidade de capital social e da capacidade empreendedora local, sobre a qual não se tem controle. Trata-se de um processo de desenvolvimento endógeno dentro do estilo de planejamento participativo.

    Mas a busca pela diversificação da base econômica de um município minerador não significa que as atividades de mineração sejam um mal necessário para o processo de desenvolvimento, tanto de um país quanto de uma região ou município. Ao contrário, é possível identificar os benefícios da mineração em diferentes contextos históricos tanto em nível nacional quanto em nível regional, durante a fase de sua operação plena. Por exemplo, em Minas Gerais e no Pará, muitos municípios mineradores consolidados apresentam posição privilegiada quanto aos melhores indicadores de desenvolvimento socioeconômico.

    Como disse o itabirano Carlos Drummond de Andrade: “Perder é tocar alguma coisa mais além da vitória, é encontrar-se naquele ponto onde começa tudo a nascer do perdido, lentamente”.

    Fonte: PAULO R. HADDAD – O Tempo

     

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