Curitiba está mais próxima de reduzir o uso do aterro sanitário. Com a autorização do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e um acordo de cooperação com indústrias cimenteiras da Região Metropolitana de Curitiba, a cidade dará início ao uso dos resíduos sólidos na produção do CDR (Combustível Derivado de Resíduos).
Nesta segunda-feira (1), o prefeito Rafael Greca acompanhou com a equipe da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e do Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) o funcionamento do coprocessamento dos resíduos para queima na fábrica da Votorantim Cimentos, em Rio Branco do Sul. Quem liderou a apresentação foi o diretor de Operações Sul da Votorantim Cimentos, Edson Luiz Araújo, e o gerente-geral de Coprocessamento, Eduardo Bastos da Porciúncula.
“A ideia é usar o que há de mais moderno no mundo na Região Metropolitana de Curitiba, parar de enterrar o lixo a um custo absurdo”, disse o prefeito. “Ficamos sem passivo ambiental, inovamos, avançamos, sustentamos os mais humildes comprando a parcela do lixo que eles iam jogar fora e ao mesmo tempo livramos a cidade de Curitiba e as metropolitanas de ter que pagar a caríssima pirâmide de enterrar o lixo”, complementou.
Como funciona
O material utilizado, explica a secretária municipal do Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias, vem do rejeito da separação de recicláveis dos barracões do Ecocidadão – o que resta da triagem e que não tem viabilidade para reciclagem e venda. “Com essa iniciativa passamos a aproveitar o material que sobra da reciclagem e era destinado em aterro sanitário”, disse.
Ao todo, são 400 toneladas por mês de rejeitos que saem dos 40 barracões que fazem parte do programa. “É uma quantidade grande que não tem serventia para os catadores, mas que pode ser usada pela indústria com segurança e, ainda, diminuir a dependência do aterro sanitário”, completou Marilza.
Vantagens
O CDR é um substituto energético do coque de petróleo usado como combustível para a fabricação de cimento. Com a substituição, é possível reduzir as emissões de carbono, diminuir passivos ambientais em aterros sanitários, gerar economia financeira para o município, que deixa de pagar o custo de aterro, e ajudar na geração de renda para os catadores.
Protocolo de intenções
O projeto faz parte do compromisso assumido pelas cimenteiras Votorantim, Itambé e Supremo com o Conresol e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O documento foi assinado em agosto do ano passado, durante a 41ª Assembleia Extraordinária do Consórcio.
O Conresol tem como objetivo atender ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos e reduzir o uso de aterros sanitários. Hoje esses resíduos são levados para o aterro de Fazenda Rio Grande. Com a aplicação do novo sistema, em dez anos, a meta é reduzir em 90% o uso do aterro.
Fonte: Prefeitura Municipal de Curitiba