Com o fechamento do negócio, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade total de 16,3 milhões de toneladas ao ano
Após a Holcim informar nesta sexta-feira (10) que concordou em vender seus negócios de cimento no Brasil para CSN, a empresa comandada por Benjamin Steinbruch subiu de patamar em mais um nicho de mercado.
Com operações consolidadas em siderurgia e mineração, a companhia agora deve figurar entre os três maiores produtores de cimento do país. O investimento foi de cerca de US$ 1,025 bilhão.
“A aquisição é neutra em termos de crédito para a CSN e não tem impacto em seus ratings porque as necessidades de caixa para financiar a transação não prejudicarão a liquidez atualmente sólida da empresa”, diz a vice-presidente da Moody’s, Carolina Chimentie.
“Além disso, a capacidade adicional de 10,3 milhões de toneladas no segmento de cimento ajudará a diversificar ainda mais o fluxo de caixa da CSN”, disse.
Com o fechamento do negócio, a CSN Cimentos passará a ter uma capacidade total de 16,3 milhões de toneladas ao ano. Dados de 2017 da Cimento.org colocavam a Votorantim no topo do ranking, com 34,8 toneladas ao ano, e a InterCement em segundo, com 15,9 t. A Nassau, próxima da tabela, produzia 8,4 t.
“A empresa está adquirindo terceira maior empresa de cimentos no Brasil e tomando porte importante. Vejo isso como positivo para quando a janela se abrir para o IPO da empresa”, diz Pedro Galdi, analista da Mirae Asset.
“Uma aquisição estratégia importante em um momento em que a CSN melhorou substancialmente sua estrutura de capital com os recursos originados da abertura de capital da CSN Mineração.”
Palavra da empresa
“São esperadas relevantes sinergias operacionais, logísticas, de gestão e comerciais, com espaço para evolução de mix de produtos e expansão da base de clientes, disse a CSN em fato relevante.
Ainda segundo a CSN, o acordo se insere na estratégia de expansão da CSN Cimentos em meio à recuperação do consumo de cimento no Brasil, “demonstrando a capacidade da empresa de assumir papel de destaque no setor”.
Em junho, a companhia já havia anunciado a aquisição da Elizabeth Cimentos e Elizabeth Mineração, que atua na região Nordeste, em especial na Paraíba e Pernambuco. O negócio foi avaliado em R$ 1,08 bilhão.
No segundo tri, registrou lucro líquido de R$ 5,51 bilhões, de R$ 446 milhões um ano antes, com forte crescimento nos volumes de vendas e aumento de preços, assegurando um resultado operacional recorde.
A receita líquida totalizou R$ 15,39 bilhões, um salto de 147% frente ao segundo trimestre do ano passado, com o volume de vendas de aço crescendo 28% e o de minério de ferro avançando 18%.