São Paulo – A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) está avaliando fazer uma oferta inicial de ações (IPO) de seus negócios de produção de minério de ferro, retomando ambições de anos atrás e que foram interrompidas com o colapso econômico brasileiro.
A afirmação foi feita pelo presidente-executivo da CSN, Benjamin Steinbruch, em teleconferência com analistas ontem, após divulgação de resultado trimestral acima do esperado na noite de véspera.
Reafirmando a intenção da empresa de reduzir sua dívida líquida “o mais rápido possível” para R$ 20 bilhões, ante R$ 27,1 bilhões no fim de 2019, Steinbruch afirmou no final da teleconferência que “estamos discutindo não só a venda da SWT (usina siderúrgica alemã)…estamos considerando o próprio IPO da mineração”.
O executivo não deu detalhes dos planos. O comentário acontece no momento em que mais de 20 empresas fizeram registros para IPOs junto à CVM apenas neste ano.
Os negócios da CSN em produção de minério de ferro estão concentrados na unidade CSN Mineração, que opera a mina de Casa de Pedra, em Congonhas, no Campo das Vertentes, e que até recentemente eram alvo também da CSN de planos para vendas de participações e produções futuras por meio de contratos de streaming.
A área deve atingir produção de 40 milhões de toneladas em 2020, após 38,5 milhões no ano passado, disse na teleconferência o diretor de mineração, Enéas Diniz. Segundo ele, as fortes chuvas que atingiram Minas Gerais no final de 2019 e no início deste ano afetaram o ritmo da produção e de embarques portuários, mas essa situação deve ser normalizada em abril.
Steinbruch também foi incisivo sobre novos aumentos de preços de aço que a CSN pretende implementar no Brasil entre abril e maio e citou como justificativa a queda de quase 16% do real ante o dólar apenas neste ano, além de altas de custos com matérias-primas.
“Certamente vou ser obrigado, por custos e desvalorização (do real ante o dólar) ter um aumento de mais de 10% para todo tipo de produtos e segmentos em abril e maio”, disse o presidente da CSN.
“R$ 4,60 veio pra ficar. (O próximo reajuste) Vai ser para recomposição de preços”, acrescentou o Steinbruch referindo-se à cotação da moeda norte-americana.
Fonte: Diário do Comércio