Companhia de mineração fechou 2018 com prejuízo, mas tem direito de exploração de jazidas com 3 bilhões de toneladas no Estado
Responsável por explorar, produzir e comercializar carvão no Estado, a CRM fechou 2018 com prejuízo e apenas um cliente. Seu principal atrativo é o direito de exploração de jazidas com 3 bilhões de toneladas, mas as incertezas em torno da atividade carvoeira – tanto ambientais quanto econômicas – tendem a restringir o leque de pretendentes e, em consequência, os ganhos no Rio Grande do Sul.
– Vão surgir compradores, mas a empresa não terá grande valor, porque há riscos sobre esse ativo. Nosso carvão tem baixa eficiência, não dá para usar para fins siderúrgicos, por exemplo, o que é limitador. Ainda assim, a decisão de vender é acertada. Mineração não é função do Estado. Pode ter sido na década de 1950, mas não é mais – afirma João Carlos Mello, da Thymos Energia.
Apesar do cenário de dúvidas, há pelo menos uma corporação de olho na CRM: a gaúcha Copelmi Mineração. Maior mineradora privada de carvão no país, a empresa planeja criar um polo carboquímico no Rio Grande do Sul.
– Temos interesse na eventual privatização da CRM, sim. Está nos nossos estudos. É uma empresa com uma boa reserva de carvão e está muito ligada a futuros projetos de usinas térmicas – confirma Carlos Faria, diretor da Copelmi.
Se a decisão de vender avançar, o desfecho dependerá, segundo ele, de como será formatada a proposta (se a venda será em partes ou no todo) e da disposição da União de promover novos leilões de energia que incluam o carvão.
– Infelizmente, o mercado da CRM, hoje, é tão somente a CGTEE. É preciso que os leilões de energia, no Brasil, saiam a carvão mineral também, o que aumenta muito a possibilidade de alavancar as reservas da CRM – diz Faria.
A Companhia Riograndense de Mineração (CRM) é responsável pela exploração, produção e comercialização de carvão e outros minerais no Estado.
- Funcionários ativos: 319
- Jazidas: Minas do Leão, Iruí e Candiota
- Clientes: 1 (CGTEE), com contrato até 2024
- Acionistas: Estado (99%) e outros (1%)
- Receita operacional líquida (2017): R$ 101,1 milhões
- Prejuízo (2017): R$ 31,8 milhões
- Patrimônio líquido (2017): R$ 241,423 milhões
Situação
Tem só um cliente, a Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), que vem reduzindo o volume do contrato e enfrenta problemas. A dificuldade de negociação do preço do carvão com a CGTEE é outro complicador.
Principal atrativo
Direito de exploração sobre jazidas de carvão com 3 bilhões de toneladas.
Principal problema
Depende de somente um cliente, a estatal federal CGTEE, que enfrenta dificuldades financeiras.
Fonte: GAÚCHAZH