A mineradora chilena Codelco, a maior produtora de cobre do mundo, anunciou nesta quinta-feira (25) que suspenderá temporariamente a fundição e o refino na jazida de Chuquicamata, situada em Antofagasta, no norte do país, uma região fortemente afetada pela COVID-19.
“Como medida preventiva e diante da complexa situação na Região de Antofagasta e na cidade de Calama pela emergência sanitária da COVID-19, a Divisão Chuquicamata determinou suspender as atividades nas gerências de Fundição e Refino”, informou em um comunicado a companhia estatal, responsável pela produção de 11% do cobre mundial.
As autoridades sanitárias voltaram a impor quarentena desde a terça-feira na região de Antofagasta, 1.200 km ao norte de Santiago, na tentativa de conter a epidemia, que deixou mais de 7.500 contágios na região, entre os quais 122 mortos, desde o primeiro caso reportado no país em 3 de março.
A Codelco tomou esta decisão após reportar a morte de um terceiro trabalhador contagiado pelo novo coronavírus, em um momento em que o Chile se torna um dos principais focos da pandemia no mundo, com mais de 260.000 contagiados e cerca de 5.000 mortos confirmados com um exame. O balanço de mortos chega a 7.144, se forem considerados os óbitos “prováveis”.
No sábado, a estatal tinha anunciado a suspensão dos projetos no norte do país e que operaria a mina de Chuquicamata – que em 2019 produziu 385.000 toneladas métricas de cobre ao ano – apenas com pessoal da cidade de Calama, para evitar os traslados e reduzir, assim, os contágios.
“Esta nova iniciativa é uma ação proativa para abordar as próximas difíceis semanas que teremos que enfrentar como país, sociedade e Chuquicamata”, disse Nicolás Rivera, gerente geral da divisão.
A medida tem “caráter transitório” e tem como objetivo reduzir a exposição nas áreas, assim como reforçar os esforços e controles preventivos de segurança das pessoas na divisão, acrescentou a estatal.
A mineração de cobre se manteve ativa durante toda a pandemia. Nos primeiros meses, foi possível contornar relativamente bem a emergência, graças a várias medidas sanitárias, mas conforme os contágios foram crescendo no país, o mesmo ocorreu nesta área, responsável por 10% do PIB nacional e de quase um terço da produção global do metal, com um total anual de 5,6 milhões de toneladas.
Fonte: IstoÉ Dinheiro