Uma decisão estratégica mal tomada dentro de uma empresa pode significar danos irreparáveis ao negócio, pois envolve milhões de reais, empregos e danos ao meio ambiente, entre outros fatores. Cada vez mais, as decisões estratégicas corporativas precisam ter um olhar abrangente e integrado, o que inclui a avaliação não apenas das questões financeiras, mas também as reputacionais, ambientais, sociais… e a lista não para por aí.
Nessas decisões cruciais faz toda a diferença a corporação seguir as boas práticas de governança- para minimizar os riscos e mostrar transparência e controles- e, principalmente, contar com um conselho de administração bem estruturado e preparado, já que ele é o responsável pela tomada de decisões estratégicas da empresa.
O conselho de administração é o principal órgão da governança corporativa e é o responsável por guiar as decisões da diretoria e impulsionar o crescimento da empresa. “A companhia que tem um conselho de administração bem estruturado, com integrantes que tenham elevado conhecimento técnico e do mercado de atuação da empresa, além de integrantes independentes, está mais preparada para tomar as melhores decisões”, diz Giovani Agostini Saavedra, especialista em governança corporativa e diretor representante no Brasil do Center for Criminal Compliance de Giessen, da Alemanha.
Ausência de vínculo com grupos específicos coíbe influência externa em decisões
A leitura do mercado é que os conselheiros independentes agregam valor à empresa e auxiliam na tomada de decisão, já que, como eles não têm vínculos ou interesses de partes ou grupos, defenderão sempre a melhor estratégia para a empresa. “Nos dias atuais, é muito importante que a empresa esteja conectada ao mundo externo, e a participação de conselheiros independentes contribui para essa interação e pode ser fator decisivo na renovação das organizações”, afirma Rubens Naves, fundador e conselheiro da Transparência Brasil.
Para o sócio líder de risk adviser da consultoria Deloitte, Alex Borges, as ações de governança estão cada vez mais presentes no dia a dia das empresas para ajudar na tomada de decisão. “Os conselhos são peças-chave para uma boa condução dos negócios. Mas não é só ele, o conjunto de ações de governança e compliance, incluindo política de gerenciamento de riscos, dá maior confiança ao mercado e transparência nos negócios, mais segurança para a tomada de decisão e ajuda na valorização da empresa”, afirma Borges.
Conselho de Administração da Petrobras é pluridisciplinar
A Petrobras está dedicada a aprimorar cada vez mais o processo de decisão da companhia e tem aperfeiçoado suas ações de governança e compliance, incluindo controles que buscam garantir a ética nos negócios.
O conselho de administração, por exemplo, ganhou mais independência e está mais técnico. Hoje, ele é pluridisciplinar, ou seja, formado por especialistas em relatórios financeiros, contabilidade e auditoria, investidores, uma representante eleita pelos empregados e também um especialista em óleo, gás e águas profundas.
Para fazer parte desse conselho, com mandato de dois anos, todos os integrantes tiveram que provar capacidade técnica e de gestão para a função.
Além disso, todos os conselheiros passaram por avaliação de integridade, chamada de Background Check, na qual é feito um levantamento do histórico da pessoa com a finalidade de avaliar se ela tem reputação ilibada.
Como norma, além dos conselheiros, todos os executivos da empresa, a partir da função de gerente, passam por essa mesma avaliação.
Fonte: Estúdio Folha