Enquanto a maioria das pessoas pensa nos asteroides como pedras gigantes à deriva no espaço, há quem veja estes corpos celestes como minas de dinheiro – literalmente.
A mineração de asteroides é uma área que ainda está a dar os primeiros passos, mas já atrai a atenção de investidores que querem fazer parte desta nova “febre do ouro”. O banco Goldman Sachs enviou, já em 2017, uma nota de investimento aos clientes na qual falava do grande potencial que existe na mineração de asteroides: uma destas “rochas” com 500 metros de diâmetro pode conter 175 vezes mais platina do que aquela que existe neste momento para extração na Terra, o que significaria dezenas de milhares de milhões de euros em receitas. Mas não há só platina: também há ferro, magnésio, ouro e metais raros como o ródio e ruténio. Um dos países que mais acredita no potencial da mineração de asteroides é o Luxemburgo, que já tem legislação específica para esta área e que, na prática, reconhece às empresas mineradoras o direito aos materiais que extraírem de um asteroide.
O potencial é grande, mas é fazível? Vários investidores, incluindo um dos cofundadores da Google, e a própria NASA acreditam que sim. Seja através do envio de sondas com capacidade de perfuração ou da criação de redes gigantes para apanhar asteroides de menor dimensão, são várias as ideias em cima da mesa. Apesar do enorme potencial, o mercado não parece estar pronto. Duas das primeiras empresas a ganhar destaque – a Planetary Resources e a Deep Space Industries – acabaram por ser vendidas por estarem em dificuldades. Isto porque a mineração de asteroides pode ser a solução para um problema que ainda não existe: como são ricos em água, podem ser uma peça importante na criação de bases na Lua ou em Marte.
Uma das missões mais complexas da NASA, a sonda OSIRIS-REx, tem como objetivo pousar num asteroide e recolher 60 gramas de material. Lançada em 2016, tem regresso previsto à Terra em 2023 – uma missão com um custo avaliado em 725 milhões de euros. E para 2026 está programada a primeira visita a uma asteroide metálico, situado entre Marte e Júpiter, com a missão Psyche.
É importante porque
Os asteroides são uma fonte de vários recursos naturais que já são minerados na Terra e podem aliviar a exploração de recursos no planeta. Por outro lado, podem ser a fonte de matéria-prima para bases espaciais, facilitando e alargando as missões de exploração em planetas como Marte.
Fonte: Exame Informática