Maior produtor mundial de cobre, o Chile comemorou que o preço do metal vermelho atingiu nesta sexta-feira seu valor mais alto da história, em um momento em que o Congresso do país debate um royalty de 3% sobre as vendas do minério extraído, um projeto rejeitado pelo poderoso setor de mineração e pelo governo.
“Se este preço for mantido, significará um rendimento adicional para o Estado de quase US$ 10 bilhões, o que nos ajudará a arcar com as necessidades sociais urgentes resultantes da pandemia”, declarou o Ministro da Mineração chileno, Juan Carlos Jobet.
O cobre a três meses na Bolsa de Metais de Londres (LME) subiu 3,3% nesta sexta-feira, até US$ 10,190 a tonelada, mas horas antes tinha chegado a US$ 10,435, ultrapassando o máximo anterior de US$ 10,190 em fevereiro de 2011.
“São muito boas notícias para o Chile”, destacou Jobet, que explicou que a alta se explica principalmente pela queda do dólar, os dados do desemprego nos Estados Unidos e a redução dos estoques.
O preço máximo do metal é alcançado um dia depois de a Câmara dos Deputados do Chile aprovar um projeto de lei que estabelece um royalty de 3% sobre as vendas de cobre extraído, que deve agora ser votado no Senado.
O projeto, apresentado em 2018, permaneceu parado durante anos, mas sua discussão foi retomada há algumas semanas, dado o avanço vertiginoso no preço do metal.
O objetivo do projeto – rejeitado tanto pela poderosa indústria mineradora chilena como pelo governo, com o argumento de que desestimulará o investimento, mas apoiado pela oposição de esquerda – é aumentar as receitas fiscais e financiar iniciativas sociais para enfrentar a crise econômica causada pela pandemia, que fez a economia chilena se contrair 5,8% em 2020.
“Esta enorme contribuição do setor em tempos difíceis confirma o que dissemos: precisamos ter uma discussão séria sobre o futuro da mineração e sua contribuição para o país, protegendo empregos e mantendo nossa liderança”, acrescentou o ministro.
O Chile, que representa 28% da produção mundial de cobre e também debate a possibilidade de implementar royalties sobre a extração do metal, produziu um total de 5,7 milhões de toneladas em 2019, após um recorde de 5,8 milhões em 2018.
O metal vermelho, fundamental na transmissão de energia, tornou-se o principal produto chileno e concentra quase 50% das exportações.
No país, onde desde 2006 existe um imposto específico sobre atividades mineradoras aplicado aos lucros, mas não à exploração, operam gigantes como a BHP, Anglo American, Codelco e Antofagasta Minerals, mas também inúmeras pequenas e médias empresas.
Fonte: Yahoo Finanças