Até agora, o órgão da ONU, com sede na Jamaica, elaborou regulamentações sobre exploração, mas não exploração para águas internacionais.

China e uma busca por minerais de bateria injetaram impulso em um longo processo da ONU para estabelecer uma lei sobre mineração em águas profundas, que poderia ser adotada até o final de 2020, se a vontade política existir, o chefe da Autoridade Internacional do Leito Marinho (ISA) disse.

Até agora, o órgão da ONU, com sede na Jamaica, elaborou regulamentações sobre exploração, mas não exploração para águas internacionais.

A prioridade das conversações deste ano, que ocorreu em março e será realizada novamente em julho, é concordar com o texto das regras de exploração, embora ainda assim possa levar anos para que qualquer mineração aconteça.

“Ainda no ano passado, os países reafirmaram a meta de 2020”, disse o secretário-geral da organização, Michael Lodge, em entrevista por telefone. “Eu acho que é possível se houver vontade política para fazê-lo.”

Dos mais de 160 estados membros da ISA, a China é a mais ativa, disse Lodge, embora também haja interesse de países europeus, incluindo Bélgica, Grã-Bretanha, Alemanha e Polônia, assim como do Oriente Médio.

“Os governos estão ficando para trás. O leito do mar será uma fonte fundamental de minerais para combater a mudança climática”, disse Lodge.

Questionado sobre os riscos ambientais, Lodge disse que apenas uma porcentagem muito pequena do leito oceânico global deveria ser extraída.

“Os governos estão ficando para trás. O fundo do mar será uma fonte importante de minerais para combater a mudança climática”

Muitos defensores do clima estão preocupados, no entanto, dizendo que o mar profundo é uma das últimas áreas primitivas do planeta e que espécies que mal conhecemos podem estar em risco.

Lodge disse que as objeções ambientais podem sustentar as negociações.

Ele também disse que alguns países cujas economias dependem da mineração em terra podem estar menos ansiosos para ver a concorrência do fundo do mar, embora mesmo se uma lei for adotada até o final de 2020 sobre exploração, levaria anos para que os projetos funcionassem.

Muitos dos céticos em relação à mineração em águas profundas duvidam que isso possa ser econômico.

A Anglo American vendeu sua participação na mineradora Nautilus Mining, após reclamações de acionistas de que não valia a pena.

A mineradora Glencore tem uma participação pequena e não revelada na empresa canadense DeepGreen, que eventualmente daria à Glencore 50 por cento de toda a produção de cobre e níquel coletada de nódulos do fundo do mar.

Ao longo dos cinco anos de discussões até agora sobre uma lei de exploração, Lodge disse que o ritmo da atividade havia se acelerado.

Os números para 2018 ainda não estão disponíveis. Para 2017, ele disse que a exploração na zona promissora da Clarion Clipperton, que abrange 4,5 milhões de quilômetros quadrados (1,7 milhão de milhas quadradas) entre o Havaí e o México, totalizou 900 dias no mar.

Fonte: Click Petróleo