Com o preço do cobre próximo da máxima em sete anos e o ouro negociado cerca de 10% abaixo do pico, Adkerson espera aumentar as margens de lucro
Com uma década tumultuada quase para trás e a perspectiva de muitos anos positivos à frente, o CEO da mineradora global Freeport-McMoRan, há muito tempo no comando, tem pouco interesse em se aposentar justo quando mais ganhos estão por vir.
“Nossa família da Freeport, nossa equipe da Freeport foram para a batalha juntas”, disse o diretor-presidente da mineradora, Richard Adkerson, de 73 anos. “Estamos bem próximos de ter o tipo de grande sucesso pelo qual trabalhamos tanto tempo”, afirmou em entrevista por telefone na terça-feira.
Esse sucesso será sustentado pelo aumento da produção após um ano turbulento nas minas da empresa. Adkerson espera que os volumes de cobre cresçam 20% e, os de ouro, 70% no próximo ano. A maior produção reduzirá os custos, segundo o executivo.
Com o preço do cobre próximo da máxima em sete anos e o ouro negociado cerca de 10% abaixo do pico, Adkerson espera aumentar as margens de lucro. Com esses preços, o produtor diz que está a caminho de dobrar o lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização no próximo ano.
Adkerson, que está na Freeport desde 1989 e é CEO desde 2003, ajudou a guiar a maior empresa de cobre de capital aberto do mundo no que ele chama de uma série de “voltas e reviravoltas”. Isso inclui o colapso do boom das commodities em meados da década – que o obrigou a vender ativos e ações para administrar a dívida -, anos de negociações difíceis para garantir direitos de mineração de longo prazo para sua operação principal Grasberg, na Indonésia, e uma reforma multibilionária dessa mina gigante.
Com a chegada da Covid-19, a empresa de Phoenix teve que revisar planos operacionais, cortar dividendos e alguns salários de executivos e adiar investimentos. Apesar dos obstáculos, a Freeport seguiu em frente com aumento da produção em Grasberg, uma mina de cobre e ouro que está em transição da mineração a céu aberto para operações subterrâneas.
“No final de 2021, retomaremos a produção total”, disse Adkerson, devolvendo a mina à sua posição como uma das maiores fontes individuais de cobre e ouro do mundo.
A Freeport também iniciou o projeto Lone Star no Arizona neste ano. A empresa normaliza lentamente as operações da mina Cerro Verde atingida pela Covid, no Peru, e planeja reativar a mina Chino, no Novo México, com metade da capacidade no próximo ano.
Os investidores notaram os esforços da empresa, e o preço da ação da Freeport quadruplicou em relação à mínima de março.
O aumento do fluxo de caixa tem reduzido os níveis da dívida líquida, que somava cerca de US$ 8 bilhões no final do terceiro trimestre, disse a diretora financeira, Kathleen Quirk, na mesma entrevista. Com o plano, a Freeport aumentará “significativamente” os retornos em dinheiro para acionistas “ao longo do tempo”, disse Adkerson. Ele espera que o conselho avalie a restituição de dividendos “bem no início de 2021”.
O próximo uso do dinheiro seria para aumentar a produção, disse Adkerson, e a primeira escolha seriam projetos nas operações existentes.
“Não precisamos fazer aquisições para sustentar nosso perfil de produção”, afirmou.
O CEO e vice-presidente do conselho disse que pretende ficar no posto para ver os acordos cumpridos. Em qualquer caso, disse, a Freeport tem um plano de sucessão em torno de uma forte equipe executiva. Perto de seu 74º aniversário, Adkerson acrescenta que seus níveis de saúde e energia são bons e destacou: “Sou mais jovem que Joe Biden”.