A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), responsável por 80% da produção mundial de nióbio, anunciou a compra de uma participação de 20% da `startup` norte-americana Battery Streak, num acordo para desenvolver materiais para baterias.
A companhia brasileira desenvolveu investigações que mostram que os óxidos de nióbio permitem carregar baterias de lítio para veículos elétricos em menos de 10 minutos.
A Battery Streak (BSI) é uma `startup` norte-americana vinculada à Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) dedicada ao desenvolvimento de baterias de lítio. A empresa já patenteou uma tecnologia que usa óxidos de nióbio nano-estruturados para melhorar a eficiência e a segurança das baterias de íons de lítio.
A empresa de mineração brasileira explicou que desde 2019 investe estrategicamente em `startups` dedicadas à inovação de materiais, conectadas com a tendência mundial de oferecer fontes renováveis alternativas aos combustíveis fósseis e que utilizam nióbio nas suas tecnologias.
A CBMM já se associou a outras duas pequenas empresas de desenvolvimento tecnológico para baterias e tem planos para firmar acordos com mais duas.
“Estamos a atuar de forma intensa com grandes parceiros para oferecer ao mercado, principalmente ao setor automóvel, baterias com características exclusivas de recarga super rápida, em menos de 10 minutos, e que contam com maior estabilidade, segurança e vida útil”, disse Rodrigo Amado, gestor de Estratégias e Novos Negócios da CBMM, citado em comunicado.
A expectativa das duas empresas é lançar os seus primeiros produtos conjuntos em 2023.
Em setembro passado, a CBMM fechou um acordo com a Volkswagen Camiões e Autocarros, subsidiária da fabricante alemã no Brasil dedicada à produção de veículos pesados, para desenvolver uma bateria de recarga super rápida com nióbio para os veículos elétricos que a fábrica produz no país.
A CBMM é uma empresa controlada pelos principais acionistas do Itaú, o maior banco privado do Brasil, e conta com sócios japoneses e chineses.
Esta empresa de mineração tem o direito de explorar uma das duas gigantescas minas de nióbio descobertas em Araxá, município no estado de Minas Gerais responsável por 80% da produção brasileira deste mineral.
O Brasil responde por cerca de 90% das reservas mundiais e 86% da produção de nióbio.