A Agência Nacional de Mineração (ANM) atua para agilizar os processos de concessão de novas áreas para a mineração, de forma a expandir a atividade no Brasil. São aproximadamente 56 mil áreas que correspondem a 17% do território nacional ou ao da Alemanha, disse o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral, Alexandre Vidigal de Oliveira, na sexta-feira (17/7) à tarde, em live com representantes da indústria da mineração e outros participantes do evento virtual Conexão 20/21, organizado pela VB Comunicação.
A extensão desse conjunto de áreas voltadas à mineração (17% do território) é também expressiva se comparada ao total de área atualmente ocupada pela indústria mineral no Brasil: 0,67%, segundo informou o secretário Vidigal.
O governo federal, disse, tem como meta estimular a atividade mineral legalizada com foco em gerar contribuições a um planejamento mais arrojado de crescimento e desenvolvimento sustentável do país. A expansão do setor, frisou, será feita com um “comportamento responsável”, ou seja, a sustentabilidade será uma característica marcante dessa ação.
Espaço para a mineração de ouro crescer
O vice-presidente da AngloGold Ashanti e conselheiro do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Camilo de Lelis Farace, lembrou em sua fala que o Brasil, embora seja o 5º país em extensão territorial é apenas o 12º maior produtor de ouro e responsável por apenas 2,5% da produção global. Ele enxerga enorme potencial para o Brasil elevar sua produção de ouro, mas precisa haver avanços também em termos de legislação.
Com 186 anos e considerada a empresa mais longeva em atuação no Brasil, a AngloGold produz ouro em minas subterrâneas. Ela tem que ser competitiva em relação a muitos países, porém, está sujeita a uma legislação que data da década de 1940, o que gera custos e problemas associados à expansão da atividade.
Proximidade e parceria com comunidades e setor público
O presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Wilson Brumer, falou antes de Vidigal sobre como o setor mineral tem atravessado este momento de pandemia. Ele lembrou que as mineradoras desde o início do surto do novo coronavírus tomaram medidas rígidas para proteger seus empregados e familiares, bem como estendeu ações semelhantes a muitas comunidades (em acordo com as autoridades locais) com as quais têm contato.
Essa ação solidária e bem próxima às comunidades tem gerado uma percepção bem mais positiva das pessoas em relação ao setor, que passaram a ver o setor com desconfiança dois rompimentos de barragens de rejeitos minerais.
Apoio do governo e da sociedade para produzir
Flávio Penido, diretor-presidente do IBRAM, lembrou que na pandemia o rígido controle sanitário executado pelas mineradoras resultou em apoio do setor público e da sociedade para que essas companhias mantivessem sua produção e seguissem gerando contribuições para o PIB, para a balança comercial e para movimentar a economia, com reflexos positivos na manutenção dos empregos e na arrecadação tributária para os cofres públicos.
Assim como Brumer, Penido disse ter sido relevante o fato de o setor mineral ter levado às comunidades as mensagens de capacidade plena de oferecer segurança operacional, de tal forma que elas se sentissem tranquilas em estar nas proximidades das mineradoras, que estão provendo empregos e uma série de benefícios neste momento delicado que aflige a todos.
Flávio Penido mencionou também o sucesso do evento virtual de negócios que o IBRAM realizou nos dias 15 e 16/7, o e-mineração, com 18.000 participantes nas atividades programadas, como rodadas de negócios com 22 mineradoras, lives e pitches de negócios para startups. Este evento foi idealizado para gerar negócios diretos entre mineradoras e fornecedores de pequenos e médio porte, como mais uma contribuição do setor mineral para movimentar a economia neste momento de pandemia.
Doações e retomada sem pressa
O CEO da Anglo American Brasil e conselheiro do IBRAM, Wilfred Bruijn, também participou da live. Ele disse que a companhia manteve suas operações de produção mineral, evidenciando ações com foco na saúde dos empregados e familiares, como a testagem em massa periódica, de modo a permitir maior controle e atitudes em prol da saúde das pessoas.
A Anglo American, disse, adotou série de medidas alinhadas com a OMS, com o Ministério da Saúde e autoridades estaduais e municipais. Em relação às comunidades próximas às suas unidades de produção, a mineradora doou milhares de itens para prevenção e combate à pandemia, um valor calculado em R$ 20 milhões. Boa parte dos empregados está trabalhando em home office e Wilfred diz que a retomada do serviço nos escritórios está sendo avaliada, mas “sem pressa”, enfatizando que a preocupação é ter certeza absoluta de manter a proteção à saúde dos trabalhadores.
Também participou da live a deputada federal Greyce Elias, vice-presidente da Frente Parlamentar Mista da Mineração.
Fonte: Portal da Mineração