quinta-feira, 9 de maio de 2024
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    Brasil pode se destacar como fornecedor de produtos com valor agregado

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    Dividido em três painéis, o evento reuniu representantes da cadeia de produção de minerais considerados essenciais para a transição energética e empresas produtoras de veículos elétricos e energias limpas.


    Com a participação de mais de uma centena de empresários e executivos de empresas foi realizado no dia 3 de abril, no auditório da Mattos Filho, em São Paulo, o workshop “Minerais da Transição: Energias Limpas, Mobilidade e Novas Tecnologias”, promovido por Brasil Mineral , com apoio dos escritórios Mattos Filho e Caputo, Bastos e Serra e patrocínio das empresas Aclara Resources, CMU, Meteoric, Metso (Patrocínio Master), AMG, CBMM (patrocínio Ouro), Niplan e Vila Rica Consultoria Mineral e Ambiental (patrocínio Prata).

    Dividido em três painéis, o evento reuniu representantes da cadeia de produção de minerais considerados essenciais para a transição energética (como lítio, terras raras, nióbio, níquel e cobre) e empresas produtoras de veículos elétricos e energias limpas e procurou discutir conjuntamente de que forma se pode enfrentar o desafio de suprir o mundo dos minerais que a transição energética requer.

    Como afirmou Francisco Alves, editor de Brasil Mineral, na abertura, o workshop ” foi idealizado para proporcionar o diálogo entre os diversos atores dessa cadeia e abrir o leque de discussões, visando contribuir para quebrar o paradigma do setor mineral falando para si mesmo, como ocorre na maioria dos casos”. Ele acrescentou que as projeções do Banco Mundial indicam que, nas próximas décadas, haverá um crescimento exponencial da demanda por alguns minerais (como cobre, lítio, grafita, cobalto, níquel e outros) para atender ao consumo gerado pela transição energética. Em razão dessas projeções, várias questões têm surgido, tanto por parte dos produtores desses minerais quanto das empresas que precisam deles para suprir o mundo das tecnologias e produtos que a descarbonização requer. E expôs algumas questões a serem debatidas nos painéis, tais como:

    – As projeções de crescimento da demanda estão corretas?

    – Como atender a essa demanda?

    – Quais os caminhos para parcerias entre produtores de matérias primas e consumidores?

    – De que forma as indústrias de veículos elétricos, geração de energias limpas renováveis e outras tecnologias que contribuem para a descarbonização do mundo podem atuar conjuntamente com os produtores das matérias primas minerais que elas demandam?

    – Que papel pode ser desempenhado pelo nióbio (do qual o Brasil é o maior produtor mundial) nas tecnologias para transição energética?

    – As projeções de crescimento do mercado de veículos elétricos estão superestimadas?

    – Se a demanda pelos minerais para transição energética está aquecida, por que os preços estão caindo? Quais são os fatores determinantes para os preços? Há perspectivas de reação positiva desses preços?

    – As mudanças nas tecnologias de baterias para veículos elétricos são viáveis?

    – Quais os diferenciais que podem ser decisivos na produção de minerais como como terras raras, lítio e outros que são necessários à transição energética?

    – Qual impacto para o mercado global de terras raras se continuar o monopólio da China?

    – Quais são as vantagens e desvantagens para produção de energia solar e eólica quando comparada, por exemplo, com a produção de energia hidráulica?

    O painel sobre Veículos Elétricos foi moderado pelo CEO da Appian Capital Brazil, Paulo Castellari e teve como debatedores Marcello Von Schneider, Diretor Institucional da BYD no Brasil e João Irineu Medeiros, Vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Stellantis para a América do Sul.

    Segundo Paulo Castellari, o painel procurou abordar como e quanto o setor automotivo pode colaborar com a indústria de mineração. E o papel que todos têm para a descarbonização.

    João Irineu Medeiros, por sua vez, disse que o grande desafio que a indústria automobilística tem hoje é a descarbonização, porque a emissão do dióxido de carbono em suas várias formas, precisa ser mitigada ou zerada. E isso depende de toda a cadeia do automóvel, segundo ele, que defende a participação ativa da indústria de mineração nesse processo.

    Marcello Schneider, da BYD, disse que é importante que toda a cadeia discuta a questão da eletromobilidade e que o Brasil tem a oportunidade de trabalhar desde a mineração até a produção final dos veículos, juntando todas as forças nesse desafio.

    No painel sobre Energias Limpas, especificamente energia eólica e solar, foi moderado por Tito Martins, consultor e ex-dirigente de empresas como Nexa Resources, Votorantim e Vale e teve a participação, como debatedores, de Walter Froes (CEO da CMU), João Guillaumon (Diretor Executivo de Estratégia e Inovação da Auren) e Pedro Henrique Vilela (Public Affairs da Vestas).

    Segundo Tito Martins, o painel discutiu o que está acontecendo no Brasil hoje em termos de evolução da produção e consumo de energias limpas, o papel que se espera para esse tipo de energia no futuro, para compor com energia hídrica (também renovável), um portfólio que deixa o Brasil numa posição única no mundo: um país em que mais de 90% de sua geração vem de fontes que não são as chamadas “fontes sujas”.

    O terceiro e último painel, que abordou a questão da geopolítica e minerais para transição energética, teve como moderador o CEO da CBMM, Ricardo Lima e como debatedores Ramón Barua (CEO da Aclara Resources), Marcelo Carvalho (Diretor Executivo e Country Manager da Meteoric) e Fabiano Costa (CEO da AMG Brasil).

    Como afirmou Ricardo Lima, as apresentações do painel mostraram que o Brasil tem recursos e tecnologia para desempenhar um papel preponderante na transição energética e se trata de discutir caminhos para agregar valor aos recursos que produz. “E mostrar ao mundo que o Brasil é um país confiável, que pode, como fornecedor de produtos de valor agregado”, para atrair investimentos, criar demanda e mercado.

    Para os outros debatedores, o Brasil tem uma posição ímpar na produção de terras raras, principalmente aquelas provenientes de argilas iônicas, cujo processo de produção é muito mais sustentável do ponto de vista ambiental.

    Marcelo Carvalho afirmou que o setor tem se unido no sentido de procurar verticalizar a produção, indo desde a mineração até os produtos finais.

    Já Fabiano Costa disse que o painel cumpriu seu objetivo de discutir como o Brasil pode ser competitivo, não com a China, mas com o mundo, que está num viés inverso da globalização. E que o Brasil precisa se posicionar de forma estratégica.


    FONTE: BRASIL MINERAL

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