O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) contratou financiamento para projeto da AMG Mineração S.A. de uma planta de beneficiamento de espodumênio, material concentrado de lítio, na cidade de Nazareno (MG). O valor financiado pelo BNDES representa 18% do investimento total, que é de R$ 221 milhões. Com presença no Brasil há 75 anos, a AMG Mineração é uma subsidiária da holandesa Advanced Metallurgical Group.
O projeto deve aumentar em 10 vezes a produção nacional de concentrado de lítio, insumo de alto valor agregado e crescente demanda internacional, pois é utilizado, por exemplo, em baterias de veículos elétricos. “Além dos ganhos econômicos para a empresa e para o país, o projeto tem potencial de gerar ainda benefícios ambientais futuros”, destacou o BNDES em comunicado.
Segundo o banco de fomento, a planta reaproveita rejeitos existentes de duas antigas barragens construídas a montante – método que passou a ser proibido pela Agência Nacional de Minas desde fevereiro de 2019, após os acidentes em Brumadinho e Mariana (MG) – além de novos rejeitos gerados pela produção de tântalo. Com isso, a iniciativa contribui para a descaracterização das barragens de rejeitos de mineração, que não recebem material desde setembro de 2018, ampliando a segurança no local. Ao fim da utilização do material depositado, a área voltará a seu estado natural.
Além do impacto ambiental positivo decorrente da descaracterização das barragens e da ampliação do aproveitamento do material lavrado, o projeto gerou 2 mil postos de trabalho indiretos durante as obras e 130 novos empregos, com priorização de mão-de-obra local, das cidades de Nazareno e São Thiago. Como o principal mercado consumidor de concentrado de lítio é a China, a iniciativa apresenta grande potencial de geração de divisas para o país.
Capacidade de produção
A nova planta tem capacidade de produção de 90 mil toneladas de concentrado de lítio, material de alta pureza aplicado em dispositivos de armazenagem de energia e que vem se destacando em relação a outros elementos quanto à durabilidade, ao peso e a seu custo relativo. As instalações devem apresentar perfil de custos competitivos em relação aos fornecedores internacionais, contribuindo para posicionar o país como fornecedor do insumo, cuja expectativa de crescimento do mercado é de 14% ao ano até 2025.
Fonte: Monitor Mercantil.