A pandemia de coronavírus leva tradings de commodities a repensar a dependência do papel. Em um sinal do que talvez esteja por vir, a BHP, maior mineradora do mundo, recorreu à tecnologia blockchain para vender minério de ferro pela primeira vez.
A venda experimental de US$ 14 milhões de minério foi fechada com a China Baowu Steel, maior siderúrgica chinesa, para entrega neste mês.
A receita da BHP com o ingrediente usado em altos-fornos foi superior a US$ 17 bilhões no ano passado, tendo respondido por 40% das vendas.
“O risco de nossa dependência de cópias físicas de documentos de embarque para transações de commodities a granel foi destacado durante a crise do Covid-19, quando compradores, vendedores, agentes de expedição e bancos operaram com forças de trabalho reduzidas ou escritórios fechados, dificultando a garantia de que a documentação chegasse a clientes e seus bancos”, disse Michiel Hovers, diretor de vendas e marketing da BHP, em comunicado de imprensa.
Operadores de commodities físicas ainda dependem muito de documentos em papel – conhecimento de embarque, cartas de indenização e assim por diante – entregues pelos correios para concluir transações.
Isso afetou as vendas para a China no início deste ano, já que as viagens para o maior comprador do mundo foram restringidas pelo surto do vírus.
A venda da BHP foi realizada em uma plataforma blockchain operada pela MineHub Technologies, que forneceu renderização digital da documentação, incluindo termos do contrato, notificações de pagamento e informações de carga, de acordo com comunicado da BHP. A Baowu já usou blockchain antes no início do ano, em uma transação com a Rio Tinto, rival da BHP.
Fonte: Money Times