Uma ação coletiva no valor de 5 bilhões de libras contra o gigante anglo-australiano da mineração BHP-Billiton foi apresentada no Reino Unido, nesta quarta-feira (8), pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, tragédia na qual 19 pessoas morreram.
“A BHP confirma que os detalhes legais de uma ação foram apresentados no Tribunal de Negócios e Propriedade de Liverpool”, no noroeste da Inglaterra, anunciou o grupo em um comunicado. “A BHP tem a intenção de se defender”, acrescentou.
A demanda coletiva, uma das maiores na história legal do Reino Unido, foi iniciada em novembro, mas seus detalhes vieram à tona apenas esta semana. A ação foi apresentada pelo escritório de advogados SPG Law, com sede em Liverpool.
Um advogado desse escritório explicou à AFP que a SPG Law exige da BHP 5 bilhões de libras (cerca de 6,5 bilhões de dólares) em danos e prejuízos em nome de cerca de 250 mil demandantes. Esse grupo inclui 240.000 indivíduos, 24 prefeituras, 11.000 empresas, uma arquidiocese católica e a comunidade indígena Krenak.
Embora tenham sido apresentadas ações civis no Brasil, “os demandantes acreditam que têm mais chance de obter uma indenização justa e rápida no Reino Unido do que em seu país, onde os tribunais podem levar mais de uma década para ditar uma sentença e as ofertas de indenização são muito inferiores aos danos sofridos”, explicou o escritório na nota.
A ação se dirige contra a BHP, como coproprietária, junto com o grupo brasileiro Vale, da companhia mineradora Samarco. A empresa era administradora da barragem de resíduos de mineração que se rompeu em 5 de novembro de 2015, contaminando o rio Doce e causando o pior desastre ambiental da história do país.
Outra ação coletiva foi apresentada contra a BHP na Austrália por cerca de 3.000 investidores em julho de 2018.
Fonte: AFP