A Atlantic Nickel, uma mineradora brasileira do fundo britânico Appian Capital Advisory, contratou bancos de investimento para explorar opções de venda, diante da crescente demanda por metais usados em baterias elétricas, disseram quatro fontes.
Um processo de venda com o Citi e o Standard Chartered é o mais avançado, com compradores em potencial trabalhando atualmente em uma primeira rodada de propostas, acrescentaram as fontes, que pediram para não serem identificadas.
As reuniões da empresa com os bancos canadenses RBC Capital Markets e Bank of Montreal (BOM) se concentraram na exploração de uma listagem, possivelmente em Toronto, enquanto a Goldman Sachs está trabalhando na opção de abrir o capital por meio da fusão com uma companhia de aquisição com propósito específico (SPAC), disseram as fontes.
Questionado sobre o tema durante uma entrevista sobre os resultados trimestrais, Paulo Castellari, CEO da Atlantic Nickel e da Appian Capital Brazil, disse à Reuters que não faria comentários sobre o tema, acrescentando “é natureza do nosso negócio… vai ser vendido em algum momento”.
“Nosso foco no Brasil é fazer funcionar. Obviamente é um momento bom (para desinvestir).”
Citi, GS e Standard Chartered não quiseram comentar. BMO e RBC não estavam imediatamente disponíveis para comentar.
A Atlantic Nickel atingiu capacidade para produzir 140 mil toneladas de concentrado de níquel. Seus ativos na Bahia valem mais de 500 milhões de dólares, segundo uma das fontes.
Uma das fontes familiarizadas com o processo estima o valor da Atlantic Nickel em mais de 1 bilhão de dólares.
RESULTADOS
A Atlantic Nickel divulgou seu resultado do primeiro trimestre nesta terça-feira, com uma receita líquida de 63 milhões de dólares e produção de 26 mil toneladas de concentrado de níquel.
A empresa registrou custo líquido no primeiro trimestre de 3,05 dólares/lb Ni (libra por tonelada de níquel), ante 3,29 dólares/lb Ni no mesmo período do ano passado.
A companhia também confirmou o aumento de 20% para o recurso mineral subterrâneo declarado. Em 2020, a empresa já tinha anunciado um aumento de 26 anos do potencial da vida útil da mina, passando de 8 para 34 anos o período de operação.
Os dados agora comprovam um crescimento de 20% dos recursos minerais subterrâneos declarados anteriormente, o que poderá estender a vida da mina para além dos 34 anos anunciados em 2020.
O uso do níquel está crescendo em baterias de íon-lítio e o lançamento acelerado de veículos elétricos está tornando certos tipos do metal populares entre os investidores, já que pode ser processado em materiais precursores de bateria.
O uso mais tradicional do níquel é no processamento de aço inoxidável para eletrodomésticos e utensílios de cozinha.
Analistas esperam escassez de cobre, cobalto, níquel e outros materiais industriais necessários para a mudança para um mundo de baixo carbono, em parte devido ao subinvestimento no setor de mineração e à aceleração da demanda.
Fonte: Reuters