Você sabia que o mastro que sustenta a Bandeira Nacional, que tremula diariamente na Esplanada dos Ministérios, em Brasília (DF), foi construído com aplicação de nióbio? E que um dos cartões postais da capital federal, a Ponte JK, também?
Descoberto pelo químico inglês Charles Hatchett em 1801, a partir de estudos do mineral columbita, o nióbio é um elemento de ocorrência natural, embora não seja encontrado de forma livre na natureza, mas sim em minérios, como a columbita e tantalita. Ele é um metal macio, seguro e disponível, além de ser dúctil, maleável e altamente resistente à corrosão. Por sua característica de aprimorar propriedades e funcionalidades, o nióbio é usado em uma grande variedade de materiais e de aplicações.
Curiosidades
Inicialmente, o nióbio era utilizado como filamentos de lâmpadas incandescentes, mas foi rapidamente substituído pelo tungstênio (W) por ser um metal com maior ponto de fusão.
O Brasil possui mais de 90% das reservas mundiais desse metal.
A maior reserva de nióbio encontra-se na cidade de Araxá-MG.
O Brasil não é o único país com reservas de nióbio. Mas é disparado o maior produtor, com 90% do mercado mundial desse metal cuja demanda é pequena, mas inclui uma série de aplicações, inclusive na indústria de alta tecnologia.
Levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) mostra que existem 85 jazidas quantificadas no mundo, incluindo Canadá , Austrália, Rússia, Estados Unidos e diversos países da África.
No Brasil, além das reservas de Araxá, há produção de nióbio em Goiás e em pequenas quantidades no Amazonas e em Rondônia, além de reservas não exploradas.
O nióbio produzido em Araxá (MG) é exportado atualmente para mais de 50 países e tem como maior destino as empresas siderúrgicas. Ele é usado principalmente na produção de aços especiais e superligas. O metal funciona como um “melhorador”. Bastam 400 gramas por tonelada para produzir aços mais leves e resistentes.
Ponte JK e Bandeira Nacional
São muitos cases de sucesso na aplicação do nióbio em grandes obras, como a Ponte JK, construída em 2002 em Brasília, um dos cartões-postais da capital do Brasil.
Estruturas como a ponte, com 12,4 mil toneladas e 1200 metros de comprimento, com vãos livres consideráveis, são construídas mais facilmente – e com economia – ao utilizar aços especiais, produzidos com nióbio em sua composição.
Para que serve o nióbio?
O nióbio é empregado atualmente em automóveis, turbinas de avião, gasodutos, navios, aparelhos de ressonância magnética, em dispositivos médicos, como o marca-passo, pois suas ligas metálicas são fisiologicamente inertes e com características hipoalergênicas, aceleradores de partículas, lentes e até piercings e bijuterias, bem como na indústria de alta tecnologia: produção de fios de ímãs supercondutores empregados nos aceleradores de partículas.
Características
Propriedades químicas: é o elemento químico de número atômico 41 e massa atômica 92,9 u. Seu símbolo é Nb. Pertence ao 5º período da tabela e ao grupo 5 e, portanto, é considerado um metal de transição na classificação periódica dos elementos químicos. Suas propriedades químicas assemelham-se às propriedades do tântalo (Ta), localizado no mesmo grupo logo abaixo do nióbio.
Propriedades físicas: é um metal brilhoso, com coloração cinza e, em condições normais, é sólido (temperatura de fusão: 2477 °C; temperatura de ebulição: 4744 °C). É dúctil e apresenta propriedades supercondutoras, além de ser resistente à corrosão.
Fonte: Portal da Mineração