A mineradora Anglo American vai investir entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões no sistema Minas-Rio, em Conceição do Mato Dentro, no Médio Espinhaço, neste exercício.
Os investimentos integram o pacote de US$ 1 bilhão da fase 3 do projeto e visam à operação e manutenção do projeto, bem como melhorias em segurança e o aumento da produção.
As informações são do CEO da subsidiária brasileira, Wilfred Bruijn, que, apesar das incertezas que ainda pairam sobre o cenário econômico mundial e nacional devido à pandemia de Covid-19, estima um 2021 ainda de forte demanda tanto pelo minério de ferro, quanto pelo níquel, cujas operações concentram-se no estado de Goiás.
“Temos percebido, principalmente a partir do segundo semestre do ano passado, um incremento global das commodities, não apenas nas da Anglo American. No caso específico do minério de ferro, a China continua sendo o grande motor e o nosso produto possui o atrativo do teor elevado (67%) baixas impurezas. Por isso, vislumbramos, pelo menos, um primeiro semestre com demanda bastante elevada”, estimou.
Em termos de produção, Bruijn disse que a expectativa para este exercício é de aumento de 5% sobre o ano anterior, mesmo com tantas intempéries. Em 2020, a Anglo American produziu 24 milhões de toneladas de minério de ferro no sistema Minas-Rio, alta de 4% em relação ao produzido em 2019. Assim, em 2021, a produção deverá ser superior a 25 milhões de toneladas.
Já para 2022, a capacidade nominal da planta, de 26,5 milhões de toneladas, deverá ser atingida. “Os investimentos deste exercício contemplam o aumento da produtividade e contribuem para a expectativa de adicionarmos volumes à produção”, revelou.
O sistema Minas-Rio conta com uma mina e uma planta de beneficiamento no Estado e um mineroduto de 529 quilômetros de extensão que vai até o Porto de Açu, no Rio de Janeiro.
Balanço
Na última semana, a companhia divulgou o resultado financeiro de 2020, em que o grupo atingiu US$ 9,8 bilhões no Ebitda (lucro líquido antes do Imposto de Renda, contribuição social, despesas financeiras líquidas, despesas de depreciação e amortização), número que representa uma pequena queda de 2% na comparação ao resultado de 2019.
Apenas no Minas-Rio, o resultado dos negócios proporcionou um aumento de 60% no Ebitda, o que corresponde a US$ 1,8 bilhão – contra US$ 1,1 bilhão em 2019. Segundo a companhia, esse balanço positivo é reflexo do aumento do preço do minério de ferro no período e do crescimento da produção alinhado ao aumento da estabilidade operacional e do foco contínuo no controle dos custos, além da desvalorização do real frente ao dólar.
Já a Unidade de Negócio Níquel obteve aumento de 8%, com US$ 206 milhões (US$ 191 milhões em 2019), beneficiando-se de melhorias e estabilidade operacionais, disciplina de custos e movimentos cambiais favoráveis, parcialmente compensados pelo menor preço realizado do níquel, principalmente na primeira metade do ano.
Fonte: Diário do Comércio