MANAUS – Dependente do Polo Industrial de Manaus, o Amazonas tem na mineração uma alternativa à concentração do setor econômico na capital. Mas sofre da falta de investimento no beneficiamento do minério, que é feito em outros Estados. A Seplancti (Secretaria de Estado de Planejamento, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) estima que a mineração pode atingir 15% do PIB amazonense.
“Tem muita coisa que começa aqui, porém não termina aqui no Amazonas. Por exemplo, você faz a extração do óleo, mas a purificação é feita fora daqui. Fazemos mineração, mas a exportação do minério e a metalurgia desse minério para separar os metais são feitas fora, ficamos com o básico que não rende nada para a população. O que é riqueza de fato e agrega vai para outro lugar”, afirma o secretário Jório Veiga.
Os investimentos na diversificação da economia, com a exploração do turismo, mineração, piscicultura, bioeconomia e o setor primário (agronegócio) serão mensurados pela Seplancti para avaliar os impactos na geração do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
“As atividades do PIM seguem crescendo e é preciso que as atividades correlatas agreguem valor. Entendemos que a mineração pode chegar a 15% do PIB e o turismo a 8%”, disse Veiga, para citar que o turismo representa 16% do PIB mundial. “Esse setor é importante e pode ser melhor trabalhado”, disse. “É necessário, para que tudo isso ocorra, que tenhamos um ambiente de negócios favorável e isso passa por procedimentos de automação e desburocratização desses processos”.
O mercado amazonense não chega a 3% do mercado brasileiro, de acordo com Jório Veiga. “Isso mostra um mercado muito pequeno para indústria do porte que existe hoje no Estado”, avaliou o secretário, para quem o propósito é atrair empresas cujos produtos atendam necessidades primárias, sair do modelo praticamente exclusivo de substituição de importação para agregar também exportação e, além disso, acrescentar empresas de pequeno e médio porte, pois agregam muito mais à economia local.
O presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, disse que há necessidade de se explorar as vocações regionais, como a cadeia produtiva do pescado, fruticultura, turismo e a atividade mineral. “Precisamos urgentemente evitar o êxodo rural existente, Manaus está explodindo, porém não geramos emprego no interior do Amazonas”, disse.
Fonte: Amazonas Atual