A assinatura de um termo entre o governo estadual e multinacionais dá início ao processo de retomada da exploração de minério de ferro no Amapá, interrompida desde 2013. Um grupo de 3 empresas interessadas em executar a atividade deve, inicialmente, aplicar para a quitação de dívidas com funcionários cerca de 2,5 milhões dos 200 milhões de dólares previstos no plano de recuperação.
Convertido em reais, o valor para pagar as pendências gira em torno de R$ 10 milhões. A assinatura do acordo, feita na terça-feira (3), dá condições, segundo o governo, para a liberação do recurso, destinado principalmente aos trabalhadores que até hoje não receberam.
Além do termo, foi anulada também a caducidade da Estrada de Ferro do Amapá (EFA), que liga as regiões de exploração – os municípios de Serra do Navio e Pedra Branca – ao porto de exportação, que ficava em Santana e que será recuperado para escoamento da produção.
O plano de recuperação especifica também a revitalização da ferrovia, que sofre com depredações e furtos, e a recuperação da mina de extração. A aplicação dos recursos ficará a cargo do grupo Pedra Branca Alliance PTE Ltda, formado pelas mineradoras Cadence Minerals PLC, IndoSino PTE Ltda e DEV Mineração.
Após a assinatura do acordo, representante do grupo informou ao governo que o depósito de 2,5 milhões de dólares foi feito e que todas as dívidas serão pagas em até 7 anos.
Foi previsto também que o retorno da atividade até 2021, além do impacto na economia, deve gerar cerca de 8 mil empregos, divididos em 2 mil diretos e 6 mil indiretos.
Mineração de ferro no Amapá
A história da exploração do minério de ferro no Amapá começou com a Indústria e Comércio de Minérios (Icomi), na década de 1950. O projeto foi vendido pra MMX de Eike Batista, depois Anglo Ferrous e por último a Zamin, quando foi interrompido.
O projeto de mineração chamado “Sistema Amapá”, sob o comando da Zamin já foi responsável pela maior parte do PIB amapaense, representando 31,88% de toda a riqueza produzida no estado.
A maior renda per capita do estado era em Pedra Branca do Amapari, onde ficava baseado o projeto. O município, que fica a 183 quilômetros da capital, tinha a presença de 93 empresas na região e a geração de mais de 15 mil empregos diretos e indiretos.
O colapso veio quando o porto desabou em março de 2013, o mercado entrou em queda e a estrada de ferro foi desativada.
Fonte: G1