A exploração mineira de recursos naturais sob a superfície da Lua pode vir a ser o próximo passo e tornar-se a chave para solucionar a crescente crise de energia da Terra. Especialmente com o investimento da NASA e outras empresas aeroespaciais privadas. Saiba mais aqui!
Ninguém põe um pé na Lua há demasiado tempo. Mesmo que uma missão lunar bem-sucedida estivesse para acontecer, o equipamento necessário para perfurar a Lua seria um desafio de engenharia e logística diferente de qualquer outro.
Que papel crucial pode desempenhar o Hélio-3?
Quando tentam alcançar uma fusão sustentável, os engenheiros nucleares recorrem normalmente à utilização de combustíveis que são mais abundantes na Terra: deutério e trítio.
Contudo, os investigadores do MIT (Massachusetts Institute of Techonology) descobriram que adicionar pequenas quantidades de hélio-3 nesta mistura poderia torná-la muito mais eficiente e, portanto, uma fonte de energia viável muito mais cedo do que se pensava.
De acordo com os cientistas, o hélio-3 (He-3) é abundante na Lua, mas escasso na Terra devido ao nosso campo magnético, que impede os ventos solares de o enviar para a atmosfera. Por causa das pequenas moléculas que apresenta, o He-3 pode facilmente escapar à gravidade e viajar para o espaço. O He-3 é um componente de fusão nuclear bastante apreciado, uma vez que não sendo radioativo, não produz sub-produtos nocivos, e não pode ser usado para o fabrico de armas nucleares.
O trítio, que também existe na Lua em pequenas quantidades, é utilizado nos reatores de fusão do ITER, França e Culham, Oxfordshire. Necessita de blindagem especializada devido às suas elevadas taxas de radiação. É um item necessário para despoletar uma explosão nuclear.
O hélio-3 pode ser utilizado como combustível em futuras centrais de fusão nuclear, libertando quantidades significativas de energia sem gerar radioatividade. No entanto, a realização deste tipo de operações na Lua tem sido fonte de controvérsia.
Será na Lua que está a solução para resolver a crise energética da Terra?
Os cientistas consideram que a Lua pode resolver futuras preocupações energéticas, uma vez que acreditam que aí pode residir o fornecimento abundante de um gás que escasseia (He-3) na Terra. A hipótese de que a Lua possuía um campo magnético que impedia os ventos solares de depositar gás no seu solo foi desmontada, de acordo com um relatório do Nottingham Post.
Como os solos lunares antigos carecem de proteção magnética, podem incluir registos do passado de emissões de vento solar, permitindo aos cientistas compreender melhor o desenvolvimento do Sol através da análise de núcleos de amostras de solo.
O Dr. John Tarduno, professor de Geofísica na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, disse que os cientistas deveriam estar a analisar as previsões do hélio-3 presente na Lua. Segundo ele, como não há escudo magnético na Lua, o vento solar penetra na superfície, resultando em depósitos de hélio 3 muito maiores e mais profundos do que o anteriormente estimado.
Tendo isto em mente, quando os cientistas realizarem as próximas experiências científicas, poderão concentrar-se nos recursos lunares existentes e na forma como podem ser utilizados na Terra, bem como olhando o registo histórico do que está preso sob o solo lunar.