Nova técnica permite extrair terras raras com menor impacto ambiental e fortalece cadeias de suprimento limpas
Empresas norte-americanas estão adotando uma tecnologia inovadora e de baixo impacto ambiental para recuperar metais valiosos de discos rígidos antigos, incluindo elementos de terras raras. A iniciativa tem potencial para fortalecer cadeias produtivas de veículos elétricos e turbinas eólicas, representando um avanço importante na transição para uma matriz energética mais sustentável.
Western Digital, Microsoft, Critical Materials Recycling (CMR) e PedalPoint Recycling estão à frente de um projeto que visa reaproveitar cerca de 23 toneladas de discos rígidos e equipamentos de servidores obsoletos. O processo permite a extração de metais como ouro, cobre, alumínio e aço, além de elementos críticos como neodímio, praseodímio e disprósio — essenciais na fabricação de motores elétricos e turbinas eólicas. Esses materiais reciclados estão sendo reintroduzidos em cadeias de suprimento voltadas para setores de tecnologia limpa, como energia renovável, mobilidade elétrica e eletrônicos de alta eficiência.
O diferencial da iniciativa está na tecnologia de reciclagem por dissolução sem ácido (ADR), desenvolvida pelo Critical Materials Innovation Hub. Ao contrário dos métodos convencionais, essa técnica possibilita a recuperação de até 90% dos elementos de terras raras e metais básicos, com um reaproveitamento total de 80% em massa. Segundo o portal Interesting Engineering, o processo também reduz em até 95% as emissões de gases de efeito estufa, tornando-se uma alternativa promissora para políticas de energia limpa e economia circular.
Além dos benefícios ambientais, a tecnologia contribui diretamente para a segurança energética dos Estados Unidos. Por ser inteiramente realizada em território nacional, a reciclagem ajuda a reduzir a dependência de insumos importados. A Microsoft forneceu os equipamentos antigos de seus data centers para os testes, demonstrando o potencial de escalabilidade da solução. Para Jacky Jung, executiva da Western Digital, o modelo tem capacidade para estabelecer um novo padrão na gestão de resíduos eletrônicos, com impactos positivos tanto para o meio ambiente quanto para o setor de energia sustentável.
Próximos passos e expansão da tecnologia
Com os resultados do projeto-piloto considerados bem-sucedidos, as empresas envolvidas agora planejam ampliar a escala da operação e incluir outros componentes eletrônicos no processo. A meta é promover uma abordagem mais sustentável para o descarte de dispositivos ao fim de sua vida útil, criando um ciclo fechado de reaproveitamento de recursos. A iniciativa contribui para o desenvolvimento de um ecossistema industrial mais limpo e alinhado às crescentes demandas globais por soluções energéticas sustentáveis e uso responsável de materiais.
Fonte: Click Petróleo e Gás