Com o rompimento das duas barragens de rejeitos de mineração ocorrido nos últimos anos em Minas Gerais, e a maior preocupação do setor mineral quanto ao monitoramento de estruturas, a Carste Ciência Ambiental tem registrado aumento considerável na demanda por seus serviços nos últimos anos.
Além da sismografia, a empresa, que tem 15 anos de mercado, também presta consultoria nas áreas ambientais de espeleologia, hidrogeologia e geotecnologia Mas, não por acaso, os principais negócios se relacionam mesmo com a
mineração. Sediada em Minas Gerais, 70% dos clientes e dos trabalhos estão localizados no Estado. Já os serviços para o setor são o carro-chefe da empresa, respondendo por 80% da demanda. Porém, a Carste também atende projetos em outros estados como Pará, Tocantins e Ceará e também em outros países.
Segundo a sócia e gerente-administrativa da Carste, Larice Souza, no início das operações, ainda nos anos 2000, a empresa atuava com foco na espeleologia.
Tanto que, no fim de 2008, quando o governo federal baixou decreto dispondo sobre a proteção de cavidades naturais em todo o território nacional, a empresa já atuava no segmento e estava entre as poucas consultorias no mercado especializada em espeleologia e áreas cársticas. Por isso, saiu na frente.
De um lado, o Ministério do Meio Ambiente definia de forma mais rigorosa uma série de critérios para o licenciamento ambiental espeleológico, que incluía, por exemplo, a definição do grau de relevância de uma caverna de forma a proteger e reconhecer aquelas cavidades que fossem importantes. De outro, empreendimentos lineares de alto impacto e mineradoras tinham que se adequar a essas regras, sob risco de terem seus projetos inviabilizados e formas de compensações vetadas.
Diante da novidade, o setor econômico teve que se adaptar às exigências, realizando assim estudos e mapeamentos mais criteriosos na hora de fornecer dados aos órgãos ambientais licenciadores; bem como a administração pública foi se entendendo neste processo e modernizando sua forma de avaliação.
A experiência internacional do geólogo mineiro e Ph.D pela University of Bristol, no Reino Unido, Augusto Auler, fundador e diretor-técnico da Carste Ciência e Meio Ambiente, foi fundamental naquele momento. O pesquisador inclusive chegou a participar da elaboração de legislações relacionadas à espeleologia. Entretanto, com o passar dos anos, foi vendo a necessidade da diversificação das áreas atendidas, até mesmo para a saúde do negócio.
“Vimos a necessidade de ampliar o leque de serviços oferecidos, justamente, para não ficarmos limitados a apenas um setor ou atividade. Além disso, novas oportunidades foram surgindo tanto na mineração quanto nas obras de infraestrutura. Primeiro começamos com a sismografia, depois com a hidrogeologia e depois a geotecnologia”, contou Larice Souza.
A Carste foi pioneira no mercado nacional no desenvolvimento de procedimentos e metodologias nos diversos segmentos. Para isso, conta com um corpo técnico bastante diversificado, composto por geólogos, geógrafos, biólogos, engenheiros, analistas e técnicos em mineração, além de consultores exclusivos de renome internacional.
Os serviços são vários: avaliação de impactos ambientais ao patrimônio espeleológico, aos recursos hídricos; manejo de cavernas; monitoramento espeleológico; estudos e propostas para compensação ambiental; busca direcionada de fauna; resgate bioespeleológico e geoespeleológico, entre outros.
Diante dos diferenciais, a empresa tem registrado bons resultados nos negócios, mesmo durante os últimos meses, período em que a economia mundial se viu sob grandes impactos da pandemia de Covid-19. E espera continuidade do crescimento em 2021. Para se ter uma ideia, os negócios cresceram 20% no ano passado frente a 2019. E para este exercício é aguardado um desempenho entre 10% e 15% superior ao do último ano.
“É claro que houve o impacto econômico em um primeiro momento, por todas as incertezas e desconhecimento sobre a doença. Ficamos três meses com as atividades suspensas e chegamos a dispensar funcionários. Porém, em meados de 2020, mineração e construção foram considerados essenciais e as atividades foram retomadas, inclusive, com maior fôlego. Com isso, acabamos tendo menos impactos no nosso negócio também”, afirmou.
Fonte: Diário do Comércio