quinta-feira, 9 de maio de 2024
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    4 dicas para a melhor elaboração de planos de lavra de longo prazo

    Publicado em

    Fonte: Instituto Minere

    Autor: Edmo Rodovalho

    O plano de lavra de longo prazo é uma informação chave para qualquer empresa de mineração. Várias decisões estratégicas são balizadas por este plano e muitos outros estudos consideram os produtos deste como referência.

    Basicamente um plano de lavra de longo prazo deve fornecer uma geometria de lavra operacional, indicando os cortes e a posição das principais estruturas operacionais e uma cubagem que estratifica cada um dos produtos gerados pelo desenvolvimento da área através de resultados quantitativos e qualitativos.

    Cada mina possui uma realidade diferente, portanto além das informações básicas como geometria e cubagem, um plano de longo prazo pode contemplar estruturas de desenvolvimento mineiro, drenagens, manejo de estéreis e rejeitos, retomada de pilhas e outros produtos. Como exemplo, um procedimento de sequenciamento de lavra precisa de um limite de referencia para que sejam alocados os cortes conforme as restrições e demandas do empreendimento.

    Os limites do plano de exaustão, que é uma geometria de lavra de longo prazo, representam um dos limites de referência para o sequenciamento de lavra. Para auxiliar o trabalho dos projetistas dedicados a elaboração de plano de lavra de longo prazo, seguem algumas dicas:

    1- Conheça o sistema de coordenadas (datum) de suas licenças ambientais e limites para a elaboração dos planos: Normalmente uma empresa de mineração estabelece um sistema de coordenadas onde todos os projetos daquela área são confeccionados. Entre os sistemas mais utilizados pode-se citar o SAD69, WGS84 e SIRGAS 2000 onde cada sistema possui referencias e características diferentes. Se um projetista utiliza informações em diferentes sistemas de coordenadas sem efetuar a transformação dos sistemas, ocorrem desvios que implicam em inconsistência do plano de lavra. Logo, é fundamental ficar a tento a este detalhe e aplicar as transformações quando necessário.

    2- Mantenha a topografia atualizada: Todas as estruturas operacionais de um plano de lavra de longo até o curto prazo estão amaradas a superfície topográfica. Portanto, qualquer inconsistência ou região com topografia desatualizada implica em perda de precisão do plano de lavra.

    3- Execute procedimentos de reconciliação dos modelos de blocos: Conhecimento e informações nunca são demais! Porém, quando o assunto é conhecimento geológico isso implica em grandes investimentos em pesquisa. Como todos nós sabemos, na mineração, e em qualquer segmento industrial, os recursos financeiros são limitados. Logo, precisamos aplicar técnicas de estimativas de recursos minerais que geram nossos modelos de blocos de longo prazo. Estes modelos precisam ser aferidos quanto a sua precisão e confiabilidade. O nome deste procedimento é a reconciliação que consiste em comparar os resultados reais da lavra com os resultados previstos pelo plano. Este resultado indica para o projetista e para o empreendedor se o modelo está confiável, ou se precisa passar por uma reavaliação, ou até mesmo necessite de mais investimentos em conhecimento geológico.

    4- Conheça as premissas operacionais, ambientais e sociais do seu projeto:  Como eu disse, conhecimento nunca é demais e ainda não ocupa espaço! É muito importante que o projetista visite e conheça mina estudada no âmbito de um plano de lavra de longo prazo. Nesta atividade é possível conhecer o contexto ambiental e social daquele empreendimento e isso pode ser decisivo para que o plano seja sustentável. Em muitas situações o projetista precisa tomar decisões ou assumir premissas, e de posse destas informações coletas em campo, o plano de lavra de longo prazo alcança uma qualidade superior.

    Dicas de leitura:

    – Read, J. and Stacey, P. 2009. Guidelines for open pit slope design. CRC Press. Australia.

    – Lowrie, R., L. 2002. SME Mining Reference Handbook. USA

    Edmo Rodovalho

    Engenheiro de Minas, doutorado em Engenharia Mineral pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, mestrado em Engenharia Mineral pela Universidade Federal de Ouro Preto. Desenvolveu sua carreira em projetos de grande porte, com operações de lavra a céu aberto em diversos métodos e para diversos bens minerais. Possui ampla experiência como gestor da área de planejamento de lavra em multinacionais da área de mineração e siderurgia. Atualmente é professor adjunto na Universidade Federal de Alfenas, onde atua nas áreas de Planejamento de lavra, geoestatística, simulação e modelamento matemático aplicados à mineração e operação de mina.

    Fonte: Instituto Minere

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