O futuro da mineração brasileira e as contribuições desta atividade para o País foram debatidos durante a 12ª Conferência Anual de Oportunidades Brasil da J.P. Morgan.
Presente à mesa de discussões desta tarde, o presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), Wilson Nélio Brumer, falou sobre as alterações feitas no Instituto até o momento, desde que assumiu o cargo no mês de abril. Ele explicou que antes o IBRAM era visto apenas como um órgão que defendia as grandes mineradoras, mas que isto está mudando.
“Alteramos o nosso estatuto e regime interno, com o objetivo de reforçar sua estrutura de governança, ampliar a participação de mineradoras em seu Conselho, bem como em novos comitês técnicos. Queremos, cada vez mais, atrair toda a cadeia produtiva de modo a trabalharmos para um futuro mais próspero para o Brasil”, explicou.
Wilson Brumer evidenciou a importância de esclarecer e demonstrar a importância da mineração para toda a sociedade, de forma a torná-la mais visível e compreensível por toda a sociedade. “Os brasileiros não sabem onde a atividade se encontra e como ela está inserida no nosso dia a dia. Por isso, precisamos mudar a cultura e tornar público o setor como um todo”, analisou.
Ele reforçou sobre o compromisso de a indústria em geral trabalhar com mais perseverança o tema licença socioambiental, afinal “a sociedade tem que estar incluída neste processo, saber dos benefícios e problemas que poderão ao longo do tempo tornarem-se reais. Segundo ele, esta é uma mudança que precisa ser realizada em toda a cadeia industrial”.
O presidente do Conselho Diretor do IBRAM ainda aproveitou a oportunidade para lembrar sobre a diferença entre penalização e tributação. “Após as tragédias ocorridas, muito se falou em tributação. Não podemos confundir tributação com penalização. Não é necessário criar mais taxas para o setor, afinal, ele já paga vários tributos, muito além da conhecida Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM)”.
Segundo ele, após as investigações apontarem os eventuais responsáveis pelas tragédias ocorridas recentemente, o IBRAM defende que eles sejam punidos por isso, “porém, não podemos generalizar todas as mineradoras, muito embora todo o setor esteja investindo especial atenção para revisar todos os seus processos produtivos, de modo a melhorar a segurança de suas operações”.
O debate também contou com a presença de Hidelbrando Canabrava Rodrigues Neto, secretário executivo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais, e Tiago de Mattos, advogado especialista em mineração da William Freire. O Painel foi mediado por Rodolfo Angele, da J. P. Morgan.
O evento ocorreu entre os dias 3 e 5 de dezembro, em São Paulo (SP).
Fonte: Portal da Mineração